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Autor Tópico: Como era ser hobbista de eletrônica no século passado.  (Lida 14239 vezes)
xformer
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« : 17 de Março de 2021, as 03:02:08 »

Na década de 1980 não existia internet e o pessoal que gostava de fazer montagens eletrônicas dependia muito das revistas impressas. Havia a Nova Eletrônica, a Elektor, a Saber Eletrônica, Antena, etc.
Eu tinha um colega na escola, que todo mês comprava uma revistinha chamada Divirta-se com a Eletrônica, que trazia sempre projetos para iniciantes e vez por outra trazia uma plaquinha de circuito impresso de brinde para realizar uma das montagens da edição. Como ela tinha um tamanho menor, tipo um livreto, era mais barata que as outra revistas "mais sérias". Esse meu colega sempre montava os projetos e eu folheava de vez em quando as revistas dele, além de ver os projetos montados.

Hoje achei um projeto muito engraçado e uma das figuras me fez dar risadas.

É um projeto de circuito para chamar os peixes, pra ser usado por pescadores.


Muitas vezes eles precisavam criar uma solução inventiva para o projeto, como por exemplo esse interruptor por gravidade:


Olha como é a concepção do projeto:


Aqui a parte que eu achei engraçada, com o peixe:


E o esquema, um circuito bem simples:


O artigo tem várias páginas, com ilustrações dos componentes usados, desenhos da placa de circuito impresso e explicação detalhada do funcionamento e da montagem.

Mas não eram só brinquedos e curiosidades que apareciam nessa revistinha. Achei essa preciosidade numa edição: frequencímetro digital de 3 dígitos. Numa época em que os instrumentos eram caros e não havia ainda a difusão dos microcontroladores, a possibilidade de montar um instrumento útil para um hobbista, usando componentes disponíveis para o público nas lojas de componentes, era muita sorte.  Hoje fazer um frequencímetro é banal com um microcontrolador, basta um software para ele e um display de cristal líquido. Naquele tempo, era na base das portas lógicas, contadores e decodificadores, em circuitos integrados. Nada de firmware, só hardware.  E se a revista ainda explicava o funcionamento, havia um valor muito grande no aprendizado.
Vejam o projeto:


E o esquema:


Esse projeto e o da chamariz de peixes, estão nas revistas 42 e 46 da Divirta-se com a Eletrônica, que estão digitalizadas e salvas para a posteridade no blog do Picco, que possui muitas outras revistas citadas.

Se fizer citação desta mensagem, retire as imagens de dentro da citação.

 
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« Responder #1 : 17 de Março de 2021, as 19:49:05 »

Eu preciso rir, Renato:

"Hoje fazer um frequencímetro é banal com um microcontrolador, basta um software para ele e um display de cristal líquido. Naquele tempo, era na base das portas lógicas, contadores e decodificadores, em circuitos integrados. Nada de firmware, só hardware."

Vem cá...como é que tu achas que se faz um frequencímetro para 1 GHz hoje ? Ah, sim, usa Arduíno. Aquele com clock de 100 GHz.
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« Responder #2 : 17 de Março de 2021, as 20:55:34 »

Então Alexandre, você tem de contextualizar a minha afirmação. Nenhum hobbista vai montar um frequencímetro de 1 GHz e eu acho que se tentar, vai ter enorme chance de fracassar.
Mas para um frequencímetro para baixas frequências, montar um com microcontroladores é sim muito fácil.  Veja esse aqui que eu montei e deixo numa protoboard:


Ele é bem equiparável ao projeto da revistinha, tem 3 dígitos de mantissa e o último dígito é o expoente de 10.  Ele pode medir até 50 MHz (bem mais do que o da revista) e praticamente só tem ele de circuito integrado.  No caso estou medindo o sinal de oscilador dip de 2.048 MHz (2.05 x 10^6).


Outro que eu tenho montado é esse circuito aqui:


Esse mede com mais dígitos, e usa um ci auxiliar para conformar o sinal, mas se for pra ser usado com sinais lógicos, só o microcontrolador basta.
 

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« Responder #3 : 17 de Março de 2021, as 22:21:03 »

Olá, Renato. 1 GHz é o mínimo que se precisa construir, hoje em dia. Frequências mais baixas até um multímetro mede. O RM-102, do qual ainda tenho algumas unidades para vender, lê até 10 MHz.

E para ter graça, precisa ser feito via hardware. É como eu ainda continuo fazendo as coisas. Muito complicado isso de microcontrolador.
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« Responder #4 : 17 de Março de 2021, as 23:38:44 »

Olá, Renato. 1 GHz é o mínimo que se precisa construir, hoje em dia. Frequências mais baixas até um multímetro mede. O RM-102, do qual ainda tenho algumas unidades para vender, lê até 10 MHz.

E para ter graça, precisa ser feito via hardware. É como eu ainda continuo fazendo as coisas. Muito complicado isso de microcontrolador.
Eita, “descobri” o nome do xformer.  Cheesy

Se eu soubesse que o Alexandre vende esse multímetro eu não teria pedido pela importação. De qualquer forma, vou precisar de uns transformadores para uns projetos que pretendo por em prática logo menos.
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« Responder #5 : 18 de Março de 2021, as 00:13:32 »

Eita, “descobri” o nome do xformer.  Cheesy
Agora vou ter de mandar matar você ...    Cheesy


Olá, Renato. 1 GHz é o mínimo que se precisa construir, hoje em dia. Frequências mais baixas até um multímetro mede. O RM-102, do qual ainda tenho algumas unidades para vender, lê até 10 MHz.

E para ter graça, precisa ser feito via hardware. É como eu ainda continuo fazendo as coisas. Muito complicado isso de microcontrolador.

Até o Arduino Uno de clock 16 MHz pode virar um frequencímetro de 1 GHz (e até o PIC com clock de 4 MHz que eu uso), basta usar um prescaler externo, já que no microcontrolador aceita até 50 MHz (tem prescaler interno neles, que é usado, mas muito lento para 1 GHz). Mas eu não acho que os fabricantes de frequencímetros ainda usem circuitos integrados de média ou baixa escala de integração para seus instrumentos, pelo menos na parte de contagem e display. Provavelmente eles usem microcontroladores e até outros circuitos integrados de lógica programável.

Se puder, mostre pra gente um circuito seu montado desse modo (com tudo implementado por hardware), por minha curiosidade e pra ver a técnica usada.
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« Responder #6 : 18 de Março de 2021, as 01:07:28 »

Eu construí um, sim, mas há mais de 35 anos, usando contadores 7490 (não eram LS) e um prescaler. Ele foi desmontado (era uma aranha gigante) quando comprei um frequencímetro National/Matsushita. Lamentavelmente não tenho foto, mas ainda tenho os CIs, a maioria Texas fabricada no Brasil. Para economizar, já que os 7447 eram caros, eu fiz o display multiplexado, cujos CIs eu já tinha e só precisava um 7447 (sim, eu já fui muito pobre no passado e precisava contar os pilas para comprar material). Depois comprei um 74247 para ler 6 e 9 de verdade no display, ao invés de b e q. Não faz ideia o quanto amaldiçoei o projetista do 7447 por essa falha.

A aranha eram 4 bits x 8 contadores = 32 fios que saíam da placa do contador para a placa do display. Apesar de tudo, funcionava bem... lembrei que ainda tenho o amplificador de entrada.
« Última modificação: 18 de Março de 2021, as 01:16:37 por A.Sim » Registrado

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« Responder #7 : 18 de Março de 2021, as 03:29:09 »

Realmente naquela época não era barato comprar componentes para se montar os circuitos, principalmente os cis.
Eu já postei em outro tópico como eram os preços naquela época, mas replico aqui um pedaço de um anúncio na Nova Eletrônica de fevereiro de 1984 (a revista custava Cr$ 1000,00, mas em tempos de inflação galopante, a edição seguinte já passava a custar Cr$ 1400,00).
Veja os preços de alguns TTL:



Se considerarmos que uma revista dessas hoje teria um preço de 30 reais, um ci 7447 custaria algo em torno de 38 reais.

Eu tenho alguns cis DM9368 que também eram TTL e decodificador BCD para 7 segmentos e que acionava o "6" com o segmento "a", já que ele era decodificador para hexadecimal (e portanto havia também o "b", então o "6" precisava ser diferente). Mas o "9" continuava sem ter o segmento "d" acionado.  Talvez os projetistas quiseram economizar no número de portas do decodificador.

Eu lembro que na escola, numa aula de laboratório, tínhamos que fazer um desses decodificadores com portas lógicas (um painel enorme cheio de desenhos de portas lógicas com bornes nas entradas e saídas, cujas ligações eram feitas com cabos banana-banana, até um display de 7 segmentos.  Lógico que a expressão combinacional era tirada dos mapas de Karnaugh para cada segmento, que a gente precisava elaborar.  Era um inferno de macarronada de cabos sobre o painel e poucos conseguiram fazer funcionar.   Cheesy

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Mais uma montagem engraçada da Divirta-se com Eletrônica:



Para os pescadores preguiçosos que não querem usar o enxadão pra catar minhoca.  Cheesy

O aparelho dá "choque" nas minhocas e elas saem da terra.



« Última modificação: 19 de Março de 2021, as 00:25:52 por xformer » Registrado

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« Responder #8 : 19 de Dezembro de 2021, as 22:21:23 »

Ressuscitando o tópico, mas é que eu tenho até hoje a coleção completa da Divirta-se com a Eletrônica. Realmente os projetos eram divertidos, o texto mais ainda, as ilustrações ainda mais e os nomes dos projetos mais que tudo!

E tinha projetos de pedais que não eram ruins. Embora a gente saiba hoje que era tudo chupado de projetos estrangeiros conhecidos, na época era o que a gente tinha.

Me deu banzo agora 😇
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« Responder #9 : 22 de Dezembro de 2021, as 13:47:41 »

Ressuscitando o tópico, mas é que eu tenho até hoje a coleção completa da Divirta-se com a Eletrônica. Realmente os projetos eram divertidos, o texto mais ainda, as ilustrações ainda mais e os nomes dos projetos mais que tudo!

Uma coleção valiosa. Poucos teriam conservado e guardado a coleção completa. O blog do Picco fica pedindo edições pra digitalizar  porque nunca se encontra uma coleção completa de uma revista da década de 80 e 70.
Eu não tenho um exemplar da Divirta-se, mas eu sempre as lia de um amigo de escola que comprava sempre.
« Última modificação: 22 de Dezembro de 2021, as 13:50:23 por xformer » Registrado

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« Responder #10 : 23 de Dezembro de 2021, as 15:58:09 »

O blog do Picco fica pedindo edições pra digitalizar  porque nunca se encontra uma coleção completa de uma revista da década de 80 e 70. .

Da ultima vez que consultei ele tinha todas, mas posso ter me enganado. Se estiver faltando alguma pra ele eu escaneio com gosto. Vou falar com ele lá.
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« Responder #11 : 23 de Dezembro de 2021, as 16:09:00 »

Da ultima vez que consultei ele tinha todas, mas posso ter me enganado. Se estiver faltando alguma pra ele eu escaneio com gosto. Vou falar com ele lá.

Você por acaso não teria as revistas Antenna de 1958 até 1961?
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« Responder #12 : 23 de Dezembro de 2021, as 21:59:06 »

Você por acaso não teria as revistas Antenna de 1958 até 1961?
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Eu não tenho, mas é possível que meu pai tenha. Se ele não tiver queimado essas revistas há anos...
Vou perguntar a ele.
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« Responder #13 : 24 de Dezembro de 2021, as 11:12:28 »

Eu não tenho, mas é possível que meu pai tenha. Se ele não tiver queimado essas revistas há anos...
Vou perguntar a ele.

Agradeço. Meu foco seriam os esquemas dos kits da EASA, que estiveram em alta nessa época. Tenho quase todos, por conta das propagandas que apareciam nas revistas, mas faltam alguns. Se alguém tiver, avise.

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« Responder #14 : 24 de Dezembro de 2021, as 12:32:16 »

Márcio, eu fiz uma pescaria de circuitos EASA e Willkason nas revistas Monitor. De EASA, a busca rendeu apenas seis circuitos.
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