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Dúvidas e Sugestões => Dúvidas => Tópico iniciado por: Victor Nery em 05 de Março de 2013, as 12:40:15



Título: Corrente
Enviado por: Victor Nery em 05 de Março de 2013, as 12:40:15
Saudações,

Li alguns amigos mencionando sobre o problema de se alimentar alguns pedais com fontes que apresentam uma corrente muito elevada; gostaria de entender um pouco mais sobre o assunto. Os amigos sugerem algum artigo ou poderiam dissertar a respeito?

Abraço a todos


Título: Re: Corrente
Enviado por: Patines em 05 de Março de 2013, as 13:56:25
Os pedais são alimentados com fonte de tensão e os pedais derivam a corrente conforme suas necessidades.
Eu vejo que cada pedal deveria ter a sua fonte de tensão e usar uma fonte só para ele, para evitar os loops de terra.
Cada fonte então deveria ser dimensionada para seu pedal e poder fornecer a corrente que o pedal necessita com alguma folga.

A potencia fornecida a um pedal é calculada da seguinte forma:
P=U*I
U é o valor da tensão, exemplo 9V
I é a corrente que o pedal deriva, exemplo, 20mA
Potencia é então: P = 9V*20mA = 180mW

Por exemplo, para um fuzz face clássico:
U=9V ;  I=1,3mA ;  P= 9V*1,3mA =11,7mW

Se a fonte alimenta vários pedais, se deve somar a corrente que cada pedal deriva e multiplicar pela tensão.  Mas veja que se a fonte alimentar vários pedais,  o set pode ter problemas devido a loop de terra.  O problema em alimentar um pedal com uma fonte que pode fornecer muita corrente é a fonte não ser bem aproveitada.

No mais não consigo imaginar que problema poderia surgir.  Se alguém pode saber qual o problema por favor escreva.

Abraços, T+


Título: Re: Corrente
Enviado por: Marcus Vinícius em 05 de Março de 2013, as 14:37:03
Não estou nem perto do conhecimento do Patines, mas posso afirmar Victor, que já pesquisei e debati,
com muitos profissionais da área e nunca achei alguém que me apresentasse algum argumento para firmar a tese
de que uma fonte com uma corrente maior pode prejudicar os pedais, a não ser o de sempre o desperdício de corrente,
apenas isso mesmo!

Abraço


Título: Re: Corrente
Enviado por: Alex Frias em 05 de Março de 2013, as 16:44:14
Não há desperdício de corrente, pois a corrente é sempre a solicitada apenas. A diferença é na capacidade da fonte de oferecer mais corrente sem ser danificada, se mais corrente for solicitada.


Título: Re: Corrente
Enviado por: vini7 em 05 de Março de 2013, as 17:21:37
Victor, assim como mencionado abaixo, cada pedal consome apenas oque é necessário. Aquilo que não é aproveitado, fica em stand-by na fonte. Por exemplo, meu notebook funciona à uma tensão de 19 volts cc / 3,15 Amp .  Eu posso perfeitamente ligá-lo à uma fonte que forneça 10 ampéres, desde que a tensão seja a mesma; pois assim, a potência seria o produto V x Ic (corrente consuida) no caso, os 3.15 ampérs. O Não vejo problema algum utilizar uma única fonte para alimentar os pedais, se não pelo Loop de terras, como também mencionado abaixo !


Título: Re: Corrente
Enviado por: Marcus Vinícius em 05 de Março de 2013, as 17:32:09
Não há desperdício de corrente, pois a corrente é sempre a solicitada apenas. A diferença é na capacidade da fonte de oferecer mais corrente sem ser danificada, se mais corrente for solicitada.

Acho que me expressei mal, desperdício em se ter uma fonte maior ou dimensionada para corrente maior e você usar um ou dois pedais!


Título: Re: Corrente
Enviado por: felixmeirelles em 05 de Março de 2013, as 18:06:53
Existe uma teoria informal que o Gramorin também concorda, que ao disponibilizarmos um nível de corrente muito alta para um fet, ele pode falecer mais rápido que um fet operando com corrente compatível.

Para se ter uma visão, é só imaginarmos que um curto de milissegundos com baixa corrente produz poucos joules, a medida que a corrente aumenta serão gerados mais joules no mesmo intervalo de tempo.

Teoricamente dependendo do arranjo dos fets e op-amps, esses mini curtos causados pelo encontro da energia parasita acumulada no circuito com a descarga da fonte de fato podem ser maiores ou menores dependendo da potência(corrente e tensão) que a fonte pode entregar.

Fazendo um alusão aos  fluidos, imagine um cano que conduz um liquido, a pressão do liquido é a tensão, e a viscosidade do liquido é o inverso da corrente.
Se tivermos um vazamento no cano de milissegundos, a quantidade de liquido que irá vazar irá depender da pressão e da viscosidade.

Quanto menor a viscosidade do líquido (maior a corrente elétrica), então mais moléculas do líquido (elétrons) vazarão no mesmo intervalo de tempo se comparados a um líquido de viscosidade maior (menor corrente).

Exemplo legal da "força da corrente" é esse cara "soldando" com 10v apenas:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=wrR3Nit-KAU

Mas qual seria a corrente certa de operação?
O ideal máximo é algo entre 2 vezes o consumido pelo sistema, porém o dito efeito negativo costuma aparecer só com fontes superdimensionadas na ordem de 10x o consumido.
Algo como ligar sozinho um pedal de 300ma em uma fonte 3A.

Abraços





Título: Re: Corrente
Enviado por: Patines em 05 de Março de 2013, as 18:43:56
Existe uma teoria informal que o Gramorin também concorda, que ao disponibilizarmos um nível de corrente muito alta para um fet, ele pode falecer mais rápido que um fet operando com corrente compatível.

Félix, não menosprezando a experiência de alguém, mas veja que também tenho alguma, pois já fiquei eu e meus colegas na bancada consertando coisas muito tempo.  Ninguém me falou disso ou observei isso.  Em literatura técnica alguma li algo parecido.

Correntes em circuitos são limitadas pelos resistores nos seus lugares corretos e cada caso é um caso.  Se o circuito é bem projetado, não se perdem ou deterioram componentes.  Às vezes até em circuitos mal projetados não se perdem componentes.

Para se ter uma visão, é só imaginarmos que um curto de milissegundos com baixa corrente produz poucos joules, a medida que a corrente aumenta serão gerados mais joules no mesmo intervalo de tempo.
E veja que dependendo do FET que tu está falando, se comporta de maneira diferente.  Por exemplo um JFET tem um parâmetro que é Idss, e dessa corrente não passa nunca, se estiver polarizado como JFET.   MOSFETs e transistores bipolares são dispositivos similares a fontes de correntes, e mesmo com variações da tensão na malha podem manter a corrente estável.

Teoricamente dependendo do arranjo dos fets e op-amps, esses mini curtos causados pelo encontro da energia parasita acumulada no circuito com a descarga da fonte de fato podem ser maiores ou menores dependendo da potência(corrente e tensão) que a fonte pode entregar.

Fazendo um alusão aos  fluidos, imagine um cano que conduz um liquido, a pressão do liquido é a tensão, e a viscosidade do liquido é o inverso da corrente.
Se tivermos um vazamento no cano de milissegundos, a quantidade de liquido que irá vazar irá depender da pressão e da viscosidade.

Quanto menor a viscosidade do líquido (maior a corrente elétrica), então mais moléculas do líquido (elétrons) vazarão no mesmo intervalo de tempo se comparados a um líquido de viscosidade maior (menor corrente).
Me parece uma coisa assim: "no creo en brujas, pero que las hay, las hay"


Exemplo legal da "força da corrente" é esse cara "soldando" com 10v apenas:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=wrR3Nit-KAU
Se costuma soldar mesmo é com baixa tensão e alta corrente...  tudo normal.

Abraços, T+


Título: Re: Corrente
Enviado por: felixmeirelles em 05 de Março de 2013, as 19:15:31
Já eu cansei de pegar pedal com os fets do bypass e op-amps problemáticos, ao contrário da queima por tensão alta ou curto, onde o componente falha de vez, o efeito deste "caso sobrenatural da grande corrente" é uma oscilação constante nos op-amps e no chaveamento que hora aciona e hora não aciona.

Para testar o "caso sobrenatural da grande corrente" cientificamente teríamos que testar "in loco" com uma grande fonte ligada e algo ligando e desligando o pedal.

Cientificamente para provar que algo não existe temos que ter provas contrárias, e em relação ao "caso sobrenatural da grande corrente" nenhum cientista pode provar o contrário, assim como no caso das Bruxas, que de fato existem.  >d


Título: Re: Corrente
Enviado por: Patines em 05 de Março de 2013, as 19:39:03
... teríamos que testar "in loco" ...
Isso é discriminação contra loco!   E se escreve louco, não loco!

... assim como no caso das Bruxas, que de fato existem.  >d
Nisso eu acredito.  As bruxas existem!  Só não creio no que elas falam.

T+


Título: Re: Corrente
Enviado por: Finck em 05 de Março de 2013, as 20:03:15
A meu ver, qualquer defeito, em qualquer circuito, decorrente da disponibilização de uma capacidade de corrente em excesso contraria as velhas e boas leis da eletricidade. Fontes, pilhas e baterias não "empurram" corrente para a carga.

Existem, claro, circuitos e componentes que se comportam, na prática, como um curto-circuito (ou próximo disso), como por exemplo os LEDs, mas para isso existem os resistores ou outros componentes periféricos para limitar a corrente. Se esses periféricos estão mal dimensionados, o componente "principal" se comporta exatamente da maneira esperada, ou seja, queima...

Mas, filosofando um pouco, seriam os defeitos sobrenaturais decorrentes de eventuais premissas de projeto dos circuitos, que talvez levem em consideração que o mesmo irá operar efetivamente com tensão mais baixa que a "nominal", já contando que uma fonte "justa" (ou uma bateria/pilha) irá arriar um pouco sua tensão quando solicitada? Obviamente que uma fonte superdimensionada em termos de corrente apresenta maior chance de manter a tensão em seu patamar "nominal", e se essa for eventualmente maior do que a considerada quando do projeto, pode haver problemas.



Título: Re: Corrente
Enviado por: Patines em 05 de Março de 2013, as 21:52:59
Fontes para pedais, normalmente devem ser reguladas..    daí não importa o quanto derive de corrente deve ficar lá com a mesma tensão.

O interessante mesmo é que um 7809 dá lá pelos 800mA antes de atuar a proteção.  Se tiver um capacitor cerãmico ligado depois dele, vai instantâneamente se comportar como uma fonte ideal.  800mA é a tal da "fonte que fornece muita corrente"?

Se o transformador aguentar somente uns 200mA, caso instanãneamente solicitado dá tudo que pode, pois tem um capacitor eletrolítico e deveria ter um cerâmico.  Instantaneamente dá na mesma que um transformador de 800mA ou mais de saída.

Ou vão me dizer agora que o defeito só ocorre em baixas frequencias?

T+


Título: Re: Corrente
Enviado por: Ledod em 05 de Março de 2013, as 23:13:31
 Só complementando, os capacitores cerâmicos possuem ESR (ou resistência série equivalente) muito menor que um capacitor eletrolítico, ou seja, quando o patines mencionou sobre ser uma fonte ideal é que durante o transiente toda a carga do capacitor é descarregada, sendo que o capacitor cerâmico se comporta mesmo como uma fonte ideal.

 Para quem já brincou de dar curto em capacitores maiorzinhos (mesmo em baixa tensão), lembremos que o curto causa oxidação instantânea e/ou fusão das partes metálicas (os terminais simplesmente "grudam").
 Agora pensemos... Para fundir um material como um ferro/aço/chumbo, qual é a temperatura necessária? Realmente, a corrente de curto em um tempo muito pequeno é extremamente alta!


 Eu tenho uma teoria que os pedais são uns pobres coitados! Fico imaginando qual a qualidade das fontes que o pessoal utiliza, compra um pedal e liga logo em uma fonte tosca daquelas de múltiplas tensões (credo...), ligam com polaridade invertida, com tensão maior que a recomendada ou simplesmente plugam uma fonte AC.

 Os componentes quando colocados em sua região de trabalho dificilmente queimam por qualquer coisa (quando digo região de trabalho, é sem exceder os valores absolutos, sem que alguem tenha colocado o dedo em seus terminais (isso é muito importante no caso de j-fets e mosfets e componentes sensíveis a descargas eletrostáticas), etc)
 
 
 Sobre não utilizar fontes de alta corrente, creio que seja uma questão de bom senso, até como meio de proteger os pedais. Faz sentido usar uma fonte de 10A em um set de 100 pedais (!!!) ou 10 fontes de 1A em 10 sets de pedais?
 Imagine se algo dá errado com a fonte de 10A........

 Um abraço!

 Eduardo


Título: Re: Corrente
Enviado por: marcioulguim em 06 de Março de 2013, as 00:27:32
Eu vejo que cada pedal deveria ter a sua fonte de tensão e usar uma fonte só para ele, para evitar os loops de terra.

Buenas

Para reduzir problemas com loops de terra, recomendo o uso do terra da fonte apenas em um dos pedais da cadeia e para os outros apenas o positivo da fonte.

Abraço


Título: Re: Corrente
Enviado por: Alex Frias em 06 de Março de 2013, as 20:33:51
Transmitir o terra da fonte através das malhas dos cabos de áudio?


Título: Re: Corrente
Enviado por: Dexter em 06 de Março de 2013, as 22:53:08
Agora eu é que fiquei na dúvida, malhas de terra são constantemente utilizadas em placas de circuitos, sistemas de comunicação compartilham terras através de conexões metálicas por caminhos diferentes e já trabalhei em projetos de engenharia de produtos eletrônicos onde os loops de terra eram desejado e bem vistos, nunca tivemos problemas de ruído causados por loops. Não quero dizer que isso não ocorra, só não entendi como ocorre.

Quanto a alta amperagem, como já foi dito antes, é uma questão econômica ou de segurança, utiliza-se fontes pouco acima do máximo drenado pela carga pois uma fonte de corrente mais alta é mais cara.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Patines em 06 de Março de 2013, as 23:37:58
Agora eu é que fiquei na dúvida, malhas de terra são constantemente utilizadas em placas de circuitos, sistemas de comunicação compartilham terras através de conexões metálicas por caminhos diferentes e já trabalhei em projetos de engenharia de produtos eletrônicos onde os loops de terra eram desejado e bem vistos, nunca tivemos problemas de ruído causados por loops. Não quero dizer que isso não ocorra, só não entendi como ocorre.
Exatamente, dos colegas que se formaram comigo em engenharia, que eu me lembre uns 2 sabiam o que é loop de terra, mas não me lembro de algum que sabia uma possível solução.

Conheci um engenheiro de empresa conceituada, que projetou uma solução de controle de temperatura para a CONAB que queimou metade de uns 30 controladores por causa de loop de terra.

Eu mesmo tive que projetar interfaces isoladas para resolver problema de projeto de automação de um colega de profissão, que hoje trabalha na petrobrás.

O ente "loop de terra" ainda é um grande desconhecido na engenharia...  isso não significa que não exista.

Abraços, T+


Título: Re: Corrente
Enviado por: Victor Nery em 21 de Março de 2013, as 23:49:28
Saudações,

Quanto aos pedais que apresentam o problema de só funcionar com uma corrente bem maior do que a que deveria? Como isso ocorre e por que ocorre? Lembro de algo sobre isso em algum tópico mas não consegui achar; mas como esse é sobre corrente especificamente, achei cabível (repetir?) a pergunta.

Abraço


Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 22 de Março de 2013, as 12:34:47
... sistemas de comunicação compartilham terras através de conexões metálicas por caminhos diferentes e já trabalhei em projetos de engenharia de produtos eletrônicos onde os loops de terra eram desejado e bem vistos, nunca tivemos problemas de ruído causados por loops. Não quero dizer que isso não ocorra, só não entendi como ocorre.
...
Cada caso um caso!
Determinados tipos de equipamentos isso não é nem aparente, já em outros... é motivo de problemas nunca encontrados.
Em transmissores de RF, de frequência mais baixa, isso é letal, assim como em transmissores de alta frequência a espessura das trilhas e certos trechos podem causar instabilidades.

Quanto aos pedais que apresentam o problema de só funcionar com uma corrente bem maior do que a que deveria? Como isso ocorre e por que ocorre?
Esta aí uma questão que deve ser estudada, já que não tem comprovação cientifica sobre o caso.

...já pesquisei e debati,com muitos profissionais da área e nunca achei alguém que me apresentasse algum argumento para firmar a tese de que uma fonte com uma corrente maior pode prejudicar os pedais...
Esses profissionais mexem só e especificamente com pedais, digitais?
Não adianta o mecanico especialista em freios querer ter certeza sobre virabrequins. (ate porque virabrequim não faz parte do sistema de freios, embora o nome possa confundir quem não conheça do assunto)

Existe uma teoria informal que o Gramorin também concorda, que ao disponibilizarmos um nível de corrente muito alta para um fet, ele pode falecer mais rápido que um fet operando com corrente compatível.
Na verdade nao especificamente FETs, circuitos digitais.

Correntes em circuitos são limitadas pelos resistores nos seus lugares corretos e cada caso é um caso.
De fato, os transistores que tipicamente sao usados nos pedais, que sao de correntes entre 30mA a 500ma, sao protegidos pelos resistores.
Mas e os circuitos digitais?
Desconheço circuitos digitais que usem tais resistores para limitar esta corrente.
Como o Felix mencionou no post dele, os varios curtos é que acabam sendo viloes do assunto.

Nao é porque nao existe literatura relacionada, que quer dizer que o caso nao existe. afinal, muitas coisas que tem na literatura hoje, nao tinham no passado.

Ressaltando, o fato acontece em pedais digitais. Nao vi acontecer em analogicos.
Ja vi varios pedais (digitais) que apresentarm esta anomalia.

Particularmente, tenho um pedal, DL-5 Ibanez, que o consumo normal é na faixa dos 60mA para baixo, porem ficou um bom tempo sendo usado com uma fonte de 1A.
Atualmente este pedal esta consumindo na faixa dos 100mA.
Outros desse que peguei para revisão, onde os donos usavam apenas baterias e fontes recomendadas pelo fabricante (tem gente que é assim), não apresentava consumo acima do descrito nas características.
Pedais que peguei para conserto apresentaram o mesmo.
Pedais que os donos usam fontes de 1A, 2A, apresentam um consumo maior que o consumo tipico, chegando a ter 3 vezes o consumo típico, como o caso de um digital delay e um shiffer que normalmente consomem 45~60mA chegava ao consumo de 190mA.

É obvio que ligar um pedal por alguns minutos ou horas, nao vai causar tal feito, mas e em casos que ficam anos nesta condiçao?

Um teste para se fazer, seria pegar 2 pedais iguais, preferencia novos (em nome da ciencia), inicialmente medir o consumo com uma mesma fonte.
Pós esta analise, alimentar um com uma fonte de 100mA e o outro com uma fonte de no minimo 1A.
para simular o efeito do tempo, poderia deixar ligado de modo continuo por 30 dias, ou entao 12 horas/dias durante 2 meses.
Depois desse periodo, medir o consumo de ambos pedais que ficaram em teste, de preferencia com a mesma fonte usada no teste inicial de consumo.

Nao vi acontecer apenas com pedais.
Certa vez um amigo pediu para ligar um par de fios em um Super Nintendo, porqeu ele esqueceu a fonte em um lugar.
Atendi o pedido! ele ligou uma fonte de PX, que nao lembro exatamente se era de 8 ou 10A, mas era maior que 5A.
Antes de fazer esta ligaçao o aparelho funcionava normal, ate mesmo porque testei com minha fonte.
Um tempo depois, quando ele ja estava com a fonte novamente, esta nao fazia o aparelho funcionar, mas funcionava normal em outros Super Nintendo.
Retornando a fonte de PX, o aparelho funciona!
O que se explica neste caso?
Nao sei! nao tem na literatura tecnica!  ^-^

Minha especulaçao fica por conta dos "varios curtos" que ocorre no funcionamento digital.
Se a corrente for muito alta, com o tempo passa a ser prejudicial.
Esses "curtos" ocorrem em um CI, que por sua vez tem uma dissipação, e quanto maior a corrente aplicada neste CI maior será a temperatura a ser dissipada pelo CI, ja que nao tem resistores fazendo este papel.

Um regulador da seria 78xx, se for alimentado por uma fonte de 10A, mesmo sem carga no consumo, apresentará um aquecimento. De onde orignaria e porque este aquecimento?


Título: Re: Corrente
Enviado por: Marcus Vinícius em 22 de Março de 2013, as 13:45:47
Não gostaria de tornar a conversa pessoal, acho que nem pareceu assim também, mas o que eu contesto é que alguém justifique,
de maneira bem embasada apenas isso, porque nunca o fizeram!

Com certeza eu não perguntei pro açougueiro qual a melhor maneira de preparar o sushi né GrAmorim, não foi uma pessoa só foram várias,
e de todas ouvi coisas como estou ouvindo aqui...

- Dizem que pode ser ruim, dizem que não é muito bom, não sei nada a respeito ou ainda na grande maioria, não tem problema algum!

Questionei sobre vários tipos de circuitos também...

O que eu gostaria de sintetizar é que, não estou lutando pra provar o contrário estou apenas afirmando que me interesso MUITO em saber,
isso, queria fomentar o debate, e saber enfim a minha resposta, não defende nenhuma das teses, apenas acredito parecer mais real,
a de que não há problemas, mas vamos lá quero muito aprender e conhecer as argumentações de vocês mais a fundo!


Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 22 de Março de 2013, as 16:02:32
Desculpe se pareceu pessoal, mas sinceramente não foi o cunho da intenção.
É aquela historia de expressão/interpretação...

Com certeza eu não perguntei pro açougueiro qual a melhor maneira de preparar o sushi né GrAmorim,
Aqui tem uma diferença das questões.
Açougueiro entende de carne, pode ate entender de peixe. mas o sushi já é questão culinária, de preparo, o que na ocasião posta, poderia ser um churrasqueiro opinando.

Mas a forma que apresentei foi diferente.
Existe oficinas especializadas que so  mechem com freios. Mas quem meche com freio fez curso de mecânica completo.
O que quero dizer, é que mesmo que seja pessoas muito experiente em eletrônica, podem não ter a experiência ou vivencia do fato aqui questionado no tópico.
Como por exemplo, o mecânico especializado em freios sabe sobre o motor, mas não tem experiência na retifica do motor.
Entende o que quero dizer?

Um exemplo para compreender melhor:
aqui em minha cidade tem algumas oficinas eletrônica de médio e grande porte, algumas com mais de 50 anos.
Nenhuma delas meche com equipamentos musicais, nem mesmo caixas amplificadas, e menos ainda pedais.
Com base nisso, vao querer opinar sobre a questão da corrente...   mas qual deles tem a experiência com os pedais? apenas suposição por se tratar de circuito eletrônico?

Um exemplo que me lembrei agora (vai parecer redundante ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ), alguns carros com injeção eletrônica podem ter problemas se for dado partida por tranco.
Sendo também possível causar danos no modulo de injeção se for feito aquela ligação chupeta de modo errado. Assim como também a bateria quando é trocada tem procedimentos adequado, mesmo sendo uma coisa simples, com apenas 2 polos.
Sera que a causa disso não poderia ser a mudança brusca de corrente?


O que eu gostaria de sintetizar é que, não estou lutando pra provar o contrário estou apenas afirmando que me interesso MUITO em saber,
isso, queria fomentar o debate...

Não sou profundo conhecedor do assunto, que parece não ter muita coisa a respeito, aparentemente. Embora tenha princípios em outros setores da eletrônica que esta relacionado a outras areas.
O que mencionei anteriormente foi com base em experiências particulares.

Uma forma que poderia ser estudada, seria montar um pedal digital, talvez baseado em PT2399 e submeter aos testes proposto.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Marcus Vinícius em 22 de Março de 2013, as 17:07:03
Entendi, as analogias são divertidas, está certo não fiquei ofendido, só não queria parecer eu o ácido,
tomara que cheguemos a uma resposta, pois é uma curiosidade que sempre tive, isso começou,
quando uma colega de trabalho cursando eletro-técnica me disse o lance de corrente a mais poder prejudicar,
quebrando uma convenção que eu havia aprendido, eu tenho um Flanger Danelectro que é catalogado o consumo
em 300ma, comprei usado e por anos foi usado em casa de pedais onde a fonte geralmente tem uma grande corrente disponível,
inclusive o mesmo acontece comigo, será que serve para o nosso teste GrAmorim?

Se sim gostaria que me instruísse a medir com precisão o atual consumo dele!

Abraço


Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 22 de Março de 2013, as 17:19:00
...tenho um Flanger Danelectro que é catalogado o consumo em 300ma...

300 (trezentos)?
Parece ser já bem alto este consumo, principalmente para um flanger.
Ele é digital ou analógico?
Para medir o consumo é o procedimento padrão... interromper a alimentação e colocar o multímetro (amperímetro) em serie.

Para o teste seria mais indicado um pedal digital, já que em analógicos não observei esta anomalia.
E devem ser dois pedais iguais para se comparar.
A não ser que se deseja comparar se a corrente consumida esteja de acordo com a especificada no pedal.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Marcus Vinícius em 22 de Março de 2013, as 18:12:43
300 mesmo bem guloso, acredito ser digital, nunca olhei a fundo o circuito dele, não bateu essa curiosidade,
nem de desmontar muito, mas já da pra saber alguma coisa, digamos que esteja consumindo 400 ou 500 ma,
já é muito acima do que é especificado!

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Pesquisando achei isso sobre ele nas especificações:

Pedal Flanger originalmente veio da idéia do funcionamento de duas gravadoras simultâneas para fazer um efeito a parte de “avião”. Hoje os modelos usam a tecnologia digital delay para alcançar esse efeito duplicado, e oferece também ajustes do vibrato, a profundidade do efeito e controles de ressonância.

Flanger DJ8
Funcionamento: Fonte 9 Volts 300mA (Não Inclusa)
Conexão: P10


Título: Re: Corrente
Enviado por: Finck em 22 de Março de 2013, as 18:57:49
O fato do fabricante especificar uma fonte de 300 mA não significa necessariamente que esse seja o consumo do pedal. É quase certo que existe folga. Muito comum os fabricantes "recomendarem" o uso de um acessório (a fonte, no caso) que se enquadra num "padrão de mercado" (mesmo que ele próprio não fabrique o tal acessório), porque isso passa a idéia de "facilidade" ou "flexibilidade" ao consumidor.

Mas, voltando ao lance do "fornecimento de corrente sem exagero", achei isso aquí, e me pareceu uma solução interessante (mas eu não tenho conhecimentos de eletrônica que permitam avaliza-la...):

http://baudaeletronica.blogspot.com.br/2012/06/limitador-de-corrente-com-lm317.html (http://baudaeletronica.blogspot.com.br/2012/06/limitador-de-corrente-com-lm317.html)



Título: Re: Corrente
Enviado por: Marcus Vinícius em 22 de Março de 2013, as 19:05:52
Eu sei que não finck mas é um ponto de partida né, é como disse se o consumo dele estiver em 500mA,
a gente sabe que tem boi na linha né? Prometo medir o consumo mais tarde quero ajudar nesse embate!


Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 22 de Março de 2013, as 19:16:25
Como o Finck disse...
300mA é a fonte recomendada e não o consumo do pedal em si.
Creio que este pedal não tenha um consumo maior que 100mA.
O certo seria saber o consumo típico dele.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Marcus Vinícius em 22 de Março de 2013, as 19:56:50
Vou ter que discordar GrAmorim, porque liguei em uma fonte que fiz para um amigo, com suporte de corrente de 350mA,
limitado pelo transformador, que era de apenas 350mA, e quanto ligado o flanger um metal zone, um ds1 e um booster a fonte se desligava,
era só ligar o flanger, que desligava na hora o resto não apreentava problema, sem ele podia colocar uma zoom 505 no lugar que
funcionava normalmente, já na minha fonte, onde suporta 1A no talo do regulador com transformador de 1A ligo todos os mesmos pedais
com mesmos cabos, inclusive de energia, tudo funciona perfeitamente, somando consumo de todos os outros junto com os
300 do flanger, percebi que passava dos 350, e cheguei a conclusão que era esse o motivo do desligamento!


Título: Re: Corrente
Enviado por: Finck em 22 de Março de 2013, as 21:17:35
Hoje estou com vontade de filosofar (é bom para a mente, e acalma o espírito), mas prometo que este post não será totalmente inútil.

Para embasar meu raciocínio, antes de qualquer coisa vejam que tabela legal esta aqui (é a parte útil...):

http://www.mrjackguitars.com/media/power_consumption.pdf (http://www.mrjackguitars.com/media/power_consumption.pdf)

A tabela "funciona". Eu a usei para estimar o consumo de corrente de um pedalboard  com 8 pedais Boss, e descobri que uma fonte regulada montada com transformador de 300 mA dava para alimentá-los com folga. E realmente deu. A fonte só reclamou um pouco quando eu introduzi um pedal afinador daqueles que tem display LED bem brilhante, que sozinho consumia uns 250mA, e mesmo assim a consequência foi (a já esperada) queda na tensão (não chegou a 0,5V) e um ligeiro sobreaquecimento do transformador.

O Danelectro DJ-8 "Harsh Browns" não consta da tabela, mas o pedal PB&J, que é um delay digital da mesma marca, consome apenas 35,2 mA. O pedal Boss RV-5 (reverb digital) consome 40 mA (esse eu tenho, e é atualmente o meu pedal mais faminto, fora o citado afinador). Embora estes dois pedais nada tenham a ver com o DJ-8, estou citando-os como exemplos simplesmente porque são digitais, então imagino que o consumo não deva ficar muito longe.

O pedal mais guloso da tabela não chega perto dos 350mA citados, então acho extremamente difícil que o DJ-8 consuma isso SEM ESTAR COM ALGUM DEFEITO, que pode desde ser uma fuga braba num capacitor de filtro colocado logo na entrada de alimentação, até o misterioso resultado do sistemático suprimento de um excesso de corrente, que "acostumou mal o circuito".

POST EDITADO PORQUE EU ACREDITO TER ACHADO UMA RESPOSTA PARA O MISTÉRIO DA CORRENTE EXCESSIVA. QUEM PREFERIR, PODE IR DIRETO PARA O FINAL.

INÍCIO DA FILOSOFIA.

Para mim, a teoria do "excesso de corrente" continua não fazendo sentido.

Entendo que um circuito digital contém, talvez, milhares de pequenos "módulos" (portas, osciladores e afins)  que se comportam como pequenos interruptores. Faz sentido, para mim, pensar que, submetidos a milhares de ciclos de trabalho, com o passar do tempo estes "módulos" poderão (ou irão) apresentar fugas cada vez maiores (claro, a estrutura do material de que são feitos vai mudar com o tempo, devido ao stress elétrico decorrente do liga-desliga binário...)

Imagino que a resistência inerente destes "módulos', quando novos, seja bem alta, e portanto a corrente "de regime" seja baixa, talvez da ordem de uA (individualmente).

Então, mesmo alimentando o pedal com uma fonte justa (quero dizer, apenas o suficiente para suprir o consumo total do circuito, sem excessos), o "total de corrente colocado à disposição" será muito maior do que o consumo individual de cada "módulo". Indo por essa linha, alguns dos "módulos" estarão inevitavelmente submetidos a corrente excessiva, mesmo usando a fonte apertadinha.

FINAL DA FILOSOFIA.

Fui pesquisar um pouco mais, e achei o link abaixo (em inglês):

http://www.allaboutcircuits.com/vol_6/chpt_7/2.html (http://www.allaboutcircuits.com/vol_6/chpt_7/2.html)

Resumo (ou a parte que nos interessa):

Spoiler (clique para mostrar ou esconder)

O que o camarada diz é que tensões estáticas eventualmente presentes no circuito digital PODEM LEVAR os transistores de portas "que estejam sobrando no circuito, e que não sejam devidamente tratadas/aterradas" a apresentar mau funcionamento, porque estas portas são levadas a chavear desnecessariamente. A pior consequência seria a queima destas portas (ou até do chip inteiro) ou, na melhor hipótese, consumo excessivo de corrente no circuito como um todo.

Pode-se fazer analogia entre as tensões estáticas/espúreas mencionadas pelo rapaz e a tensão de ripple da fonte que alimenta um pedal digital.

Uma fonte apresentará ripple mais alto se sua filtragem for subdimensionada. Isso não é novidade para ninguém.

Mas me arrisco a afirmar que o "subdimensionamento" da filtragem costuma ser diretamente proporcional à sua capacidade de corrente. Um exemplo: ninguém hesita em colocar um capacitor de 1.000 uF no filtro de uma fonte de 300mA, mas para manter a mesma relação capacitância/corrente numa fonte de 1A, seriam precisos 3.300uF, o que é considerado "exagero" pela maioria.

Mais ripple, mais tensões espúreas, mais portas chaveando na hora errada, mais consumo de corrente.

Concluo que o problema do consumo misterioso poderia, então, ser decorrente não do "excesso de corrente disponível", mas da (eventual) deficiência de filtragem que costuma vir atrelada às fontes com maior capacidade de corrente.

Não acham que faz sentido?
 


Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 22 de Março de 2013, as 22:18:39
...acho extremamente difícil que o DJ-8 consuma isso SEM ESTAR COM ALGUM DEFEITO
Também creio nisso.
Mesmo que fosse digital, é um consumo muito alto, para condições normais.
A menos que fosse um pedal de múltiplos efeitos.

Finck, não sei se entendi errado, você quis dizer em sua suposição que conforme o tempo (idade do pedal) isso faria ele ter um maior consumo?
Se for isso que quis dizer, posso afirmar, com base em pedais que estão aqui comigo, que pode sim com o tempo eles aumentarem o consumo, mas não chega a ser tanto.
Por exemplo, tenho aqui um DL-10, DD-3, entre outros.
Esse DL-10 é dos anos 80, sempre foi usado com a fonte original do fabricante (Ibanez AC109), o consumo dele atualmente esta em 62mA, alimentdo por uma fonte de 9VDC não estabilizada 500mA.
No manual indica que o consumo é de 55mA.
O DD-3 de acordo com a tabela postada o consumo é da faixa de 47~55mA, e o manual diz entre 45~65mA. Está na faixa.
Este que estou aqui é de 86 ou 87, o consumo dele é de 58mA.
Ou seja, não tem uma diferença grande se comparada a tabela postada, e está dentro da faixa indicada no manual.
Um detalhe, o DL-5 é mesmo circuito do DL-10, mesmos componentes, o DL-5 é bem mais novo, este meu é de 97-98, e o consumo é bem maior, ate mesmo que o indicado no manual.
A diferença dele, é que foi usada durante um longo tempo com uma fonte de 1A.

Creio que com o passar dos anos o consumo seja maior, mas não chega a se uma diferença muito grande, assim como se explicaria um pedal mais novo ter aumentado o consumo.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Finck em 23 de Março de 2013, as 09:54:35
Na verdade, eu imaginei a teoria do "tempo de uso", mas aí encontrei o artigo sobre as tensões espúreas  e seus efeitos nos circuitos digitais.

Claro que é com o passar do tempo que os problemas deveriam aparecer, mas isso seria apenas UM dos fatores, sendo os outros:

- um projeto que deixa o circuito mais "vulnerável" aos efeitos das tensões espúreas e/ou o ripple da fonte;
- O excesso de ripple da fonte.

Isso talvez explique o efeito do  "consumo de corrente misterioso" nos pedais digitais.

No caso do pedal do Marcusbass, eu aposto em fuga de capacitor, ou "quase curto-circuito" no pedal.


Título: Re: Corrente
Enviado por: a.sim em 23 de Março de 2013, as 12:29:41
Olá.

Eu desconheço os circuitos dos pedais tratados anteriormente, mas acho difícil que o ci principal seja alimentado por uma tensão não-regulada proveniente do adaptador AC. Com certeza, existe um regulador interno que se encarrega de entregar 5 V, 3,3 V ou o que seja ao CI, regulado, filtrado e protegido.

Por outro lado, se o ci trabalha quente, essa é a razão por que o consumo de corrente aumenta com o tempo - degradação progressiva, e isso não é relacionado à fonte de alimentação utilizada e, sim, ao modo como os cis e equipamentos vêm sendo projetados desde 2000, aproximadamente.


Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 23 de Março de 2013, as 13:32:48
... acho difícil que o ci principal seja alimentado por uma tensão não-regulada proveniente do adaptador AC. Com certeza, existe um regulador interno que se encarrega de entregar 5 V, 3,3 V ou o que seja ao CI, regulado, filtrado e protegido.
Sim, existe um regulador.
Esses modelos citados, assim como a grande maioria usa um 78L05, que a proposito é um componente comum que costuma  queimar.

Citar
... se o ci trabalha quente, essa é a razão por que o consumo de corrente aumenta com o tempo - degradação progressiva, e isso não é relacionado à fonte de alimentação utilizada e, sim, ao modo como os cis e equipamentos vêm sendo projetados desde 2000, aproximadamente.
De fato ocorre este acontecimento no CI, quando a corrente é muito alta. Mas não especificamente apenas em equipamentos produzido em meados de 2000 adiante.
Ocorre também em equipamentos do inicio dos anos 90.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Finck em 23 de Março de 2013, as 13:34:05
A.Sim e GrAmorim, eu imagino que os fabricantes "economizem" o regulador interno em pedais de baixo custo (entre eles os Danelectro, que estão entre os mais acessíveis, embora ainda sejam caros para nós, brasileiros). Mais provável que sejam usados CI's que "aceitem" diretamente a tensão da fonte, que DEVERIA ser bem filtrada e regulada.

Mas como o GrAmorim AFIRMOU que existe o regulador, e que este é um componente que costuma "queimar", bem poderia ser ele o responsável pelo consumo excessivo (não se estiver queimado, claro, mas se estiver com defeito que provoque fuga de corrente).
 
Não acompanhei a evolução da tecnologia de fabricação de CI's depois da década de 80, mas me lembro que naquela época os CI's digitais que permitiam trabalhar numa faixa de tensões mais extensa eram os CMOS, justamente os mais susceptíveis aos efeitos de tensões espúreas e do ripple (a outra tecnologia comercialmente disponível naquela época era a TTL, mais parruda, mas que exigia uma alimentação de 5V com tolerância bem estreita, e os componentes eram ávidos consumidores de corrente). Muitos projetistas da época preferiam usar os CMOS, que permitiam maior flexibilidade na alimentação, mas deixavam de preocupar com os efeitos secundários da filtragem deficiente. Muitos dos pedais digitais fabricados ainda hoje foram projetados naquela época, então talvez existam causas históricas...

Eu concordo com a colocação sobre a forma (talvez abaixo do ideal) como os CI's são projetados e/ou construídos. Mas acho que esse fator não invalida a "minha lista" de possíveis causas, e sim a complementa.


Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 23 de Março de 2013, as 15:02:59
Mas como o GrAmorim AFIRMOU que existe o regulador, e que este é um componente que costuma "queimar", bem poderia ser ele o responsável pelo consumo excessivo (não se estiver queimado, claro, mas se estiver com defeito que provoque fuga de corrente).
Não creio tão exatamente nesta condição.
Ele queima porque o consumo sobre ele aumenta.
Um fato disso, foi em meu DL-5, ele queimou. e quando foi substituído o consumo do pedal passou a ser e 85mA contra a faixa dos 50/60mA que deveria ser.
Não creio que seja o regulador visto que se desligar o pino de alimentação do CI princial (M50195) o consumo do pedal passa a ser de 18mA, sendo maior parte consumida pelo led, desativando o pedal (led apagado) o consumo passa para faixa de 2mA.
Basta ressoldar o pino de alimentação do CI principal para que o consumo vai la para cima.
Outro detalhe, trocando este CI o consumo fica na faixa especificada pelo pedal.

Em um dos posts anteriores mencionei que se ligar uma fonte de 10A em um regulador da serie 78xx, ele tem aquecimento mesmo sem carga.
Poderia ser este o motivo da queima comum do regulador do pedal, visto que se trata de versão de menor corrente (100 mA)?


Título: Re: Corrente
Enviado por: a.sim em 23 de Março de 2013, as 15:13:19
Não creio que seja o regulador visto que se desligar o pino de alimentação do CI princial (M50195) o consumo do pedal passa a ser de 18mA, sendo maior parte consumida pelo led, desativando o pedal (led apagado) o consumo passa para faixa de 2mA.

Basta ressoldar o pino de alimentação do CI principal para que o consumo vai la para cima.
Outro detalhe, trocando este CI o consumo fica na faixa especificada pelo pedal.

Em um dos posts anteriores mencionei que se ligar uma fonte de 10A em um regulador da serie 78xx, ele tem aquecimento mesmo sem carga.

Poderia ser este o motivo da queima comum do regulador do pedal, visto que se trata de versão de menor corrente (100 mA)?

Olá.

O regulador queima porque o ci principal começa a consumir mais corrente. Veja que o colega confirma a minha suspeita...

Uma das causas do aumento no aquecimento é a degradação progressiva dos transistores, que faz com que a corrente de fuga aumente e, com isso, o consumo de corrente e a dissipação no ci. Isso é consequência da redução progressiva no tamanho dos transistores MOS ( hoje praticamente tudo é MOS ) à medida que as tecnologias avançam.

Até cerca de 2000, os cis trabalhavam frios ( estou falando do ci principal, não do regulador ). A partis de lá, com a necessidade de incorporar cada vez mais funções e reduzir custos, a temperatura de operação começou a aumentar - e a taxa de falhas também.  A tendência é que os aparelhos tenham uma vida útil de não mais de cinco anos.

Em breve, teremos aparelhos que terão vida útil equivalente aos antigos valvulados exatamente pelo mesmo motivo - degradação dos componentes pelo aquecimento.

Grande avanço esse, da tecnologia...


Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 23 de Março de 2013, as 15:36:25
Compreendi o que quis dizer.
Mas entra um detalhe que faz suspeitar que a corrente favorece o degradamento.
O DL-5  e o DL-10 são o mesmo pedal, mudando apenas a época de fabricação (DL-5 anos 90, DL-10 anos 80) e um reposicionamento na placa.
Mesmo sendo o mesmo CI principal, seria eles tecnologia diferente?
Pode ser que o processo de fabricação tenha mudado.
Agora vem o detalhe principal:
Outros DL-5 com fabricação entre 95/98 não apresentam o aumento de consumo.
Ja outros modelos (digitais) que tiveram consumo aumentado, coincidem terem sido usado fonte de mínimo 1A.

Por estes exemplos que penso que a corrente alta possa ser causadores desses sintomas.


Título: Re: Corrente
Enviado por: a.sim em 23 de Março de 2013, as 16:24:57
Olá.

A " corrente " da fonte não tem nada a ver...o pedal drena a corrente que ele precisa, independente da fonte ser 1 A ou 100 A. Mesmo que as tensões fornecidas pelos adaptadores sejam um pouco diferentes, o regulador interno toma conta disso e entrega os 5 ou 3,3 V que o ci necessita.

De 1980 a 1990, o ci pode ter passado por vários upgrades e mudança de tecnologia.



Título: Re: Corrente
Enviado por: GrAmorin em 24 de Março de 2013, as 12:21:15
Compreendo o que quer dizer.
Mas não encontrei nada mais que justifique o aumento de consumo quando se usa uma fonte com uma corrente bem acima da indicada.
Ate mesmo porque coincide o fato em pedais que foram usados fontes com correntes altas. E pedais que sempre foram usados com bateria ou fontes de corrente mais baixa não apresentam tal anomalia.

Em outras áreas fora da eletrônica, mas no contexto de elétrica e eletrônica, tem indicações de precaução em relação a corrente elétrica.
Em trocas de baterias de carro, mais especificamente com injeção eletrônica, se recomenda ligar os faróis em luz alta para depois conectar a bateria. O mesmo é indicado quando faz a ligação chupeta.
Tem um equipamento medico (usado para cirurgia ótica a laser) que tem uma bateria, que quando se faz a troca dela deve ser desconectado o modulo que controla o laser, feito um procedimento padrão, para depois reconectar o modulo do laser.
A alegação do fabricante é que pode causar danos na unidade.

Entao vejo que  em outros setores tem indicações de que a mudança brusca de corrente pode causar algum efeito.
Por este mesmo motivo penso que a corrente alta possa ser causa deste sintoma.

Sei que o pedal drena a corrente que nescessita, mas o excedente sempre estará ali presente.

Se pegar uma fonte de 500mA e usar um fusível de 1A para dar um curto, ele não vai abrir, pelo menos não de imediato.
Mas certamente com um tempinho nesta condição, alterará a propriedade deste fusível.
O mesmo ocorreria se no lugar do fusível fosse colocado um resistor X 1/4W, adequadamente calculado para suportar a condiçao. Tal resistor vai aguentar, mas se aumentarmos a corrente aplicada sobre o mesmo resistor, ele começará a queimar, devido a dissipação.
O que penso é mais ou menos nesta linha.


Título: Re: Corrente
Enviado por: a.sim em 24 de Março de 2013, as 17:35:19
Olá.

Sem comentários adicionais. Apenas dizer que I = V / R ainda não foi revogada pelo Criador.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Finck em 25 de Março de 2013, as 20:43:51
A.Sim, a questão é justamente essa, os "sintomas" dos pedais digitais parecem contrariar as leis da física, ao apresentar um consumo de corrente que vai ficando maior à medida que se disponibiliza mais corrente.

Como uma criança com vermes: você dá comida, os vermes crescem, o apetite aumenta, você dá mais comida, os vermes se multiplicam, o apetite aumenta...

Como sabemos que não dá para contrariar o velho e bom Sr. Ohm, tentamos desvendar as prováveis "causas reais" do problema.

A origem do problema certamente não está na simples disponibilização de um excesso de corrente, e sim em algum fator decorrente disso. Por isso eu teorizei sobre o ripple (mas claro que pode haver outra causa).

Usar Lei de Ohm para explicar o fato implica em imaginar que, com o passar do tempo, a "resistência equivalente" do circuito diminui, como resultado de uma "fartura" de alimentação. Mas o mistério está no por quê isso acontece. Vermes digitais, quem sabe...


Título: Re: Corrente
Enviado por: Ledod em 26 de Março de 2013, as 14:33:11
 Pessoal ai tem uns pequenos enganos em alguns conceitos.
 
 Primeiro, em uma fonte de tensão a corrente é consequência do fechamento da malha do circuito e não o contrário. Ou seja, se tivermos uma tensão constante a corrente só irá existir se fecharmos o circuito. Diferentemente de uma fonte de corrente, onde a tensão na carga é uma consequência de uma imposição de corrente pelo gerador.

 Sendo assim o circuito drena apenas a corrente de que necessita, seria o que o Finck mencionou, onde poderíamos modelar o circuito como uma resistência equivalente.
 Isso é lei física! Não importa se a fonte tem capacidade de fornecer 0,1A ou 10000A. Se colocarmos um resistor de um valor R em uma fonte de tensão V corrente que irá passar por ele é V/R.

 Segundo, não existem "microcurtos" em CI's digitais. A topologia que se usa nos drivers de saída de CI's discretos/integrados (CMOS ou TTL) e a conhecida como "totem-pole" (como se fosse um push-pull) ou seja, eles nunca eles conduzem ao mesmo tempo.
 Para não dizer que eles são perfeitos, há apenas um instante infinitesimal, na transição de estados, onde um dos transistores está em região de triodo (CMOS) ou ativo(TTL), essa é a única hora em que há dissipação de potência, mas isso é em relação a carga que estamos alimentando pelo dispositivo (se não tivermos carga, não há dissipação de potência na transição).

 Para ficar mais ilustrativo, abaixo uma figura que mostra a curva de transição de um inversor CMOS, os cantos arredondados das curvas se devem a região de triodo do mosfet, porém sempre que um está em triodo o outro está cortado.

Spoiler (clique para mostrar ou esconder)

 De posse dessas duas informações, podemos continuar a analisar as causas do aumento da corrente com a utilização de uma fonte que é capaz de fornecer maior corrente.

 Uma das causas pode ser que em uma fonte de tensão linear, a tensão sem carga é muito maior que a tensão na corrente especificada. Isso acontece devido a resistência interna do gerador, ou seja, o fabricante projeta a fonte para ser utilizada em determinada corrente. Ao utilizar em um pedal que drena baixa corrente a tensão é muito maior, ocasionando problemas de dissipação nos reguladores de tensão/e fuga nos capacitores de filtragem.

 Outra causa é a fonte em si. Geralmente fontes de pedais são reguladas por um CI, que além de estabilizar a tensão tem proteções contra curto, ruídos da linha, etc. Diferentemente de uma fonte de alguns A que possuem apenas um capacitor de baixa qualidade e geralmente subdimensionado. Se há alguma variação da rede abrupta, certamente a fonte sem regulador vai variar a sua tensão tão rapidamente quanto for a variação da rede (até porque sua capacidade de fornecer corrente é muito maior).

 CI's digitais são bem sensíveis a ruído, se mais antigo, pior ainda. Hoje em dia qualquer porta lógica CMOS tem diodos de proteção na entrada, além de mosfets que não rompem a barreira do óxido com apenas uma pequena descarga elétrica. Antigamente não era assim! Apenas com a manipulação sem equipamento contra ESD e já eram...

 Andei pesquisando sobre a degradação do silício em transistores MOS (CMOS silicon degradation) e exsitem alguns poucos papers e artigos falando sobre isso e geralmente falam sobre a variação da temperatura nos dispositivos, nunca em relação a alguma "corrente misteriosa que queima tudo".


 Uma última observação. Pensemos em nossos desktops, são sistemas digitais extremamente complexos. Engraçado que a fonte ATX que alimentam as placas-mãe são de 5v a 25A , 3,3v a 15A. Se a capacidade de corrente fosse o problema, talvez teríamos que trocar nossos processadores uma vez por semana...

 Um abraço

 Eduardo

PS:
 Um teste interessante não seria comparar uma fonte de alta corrente com uma de pedal, e sim uma fonte de alta corrente regulada (com transistor/ci) com uma fonte de pedal.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Roberto Alves em 26 de Março de 2013, as 16:16:55
Pra mim, se um pedal está puxando mais corrente que um igual ele está com alguma corrente parasita ou um componente com problemas ou algo fora do padrão para que seu consumo seja maior.
O efeito Joule não é um ótimo possível causador disso? Algum problema num componente que faz com que a corrente elétrica tenha um problema ao passar por um componente, aumentando a energia cinética nos átomos deste componente, aumentando a temperatura e corrente dissipada no pedal.
Ou o Pedal foi refeito com componentes diferentes, sem um cálculo correto de consumo e o novo projeto não seja tão 'igual' ao antigo. Apenas parecido.

Não há outra explicação, na minha 'inginorança'.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Marcus Vinícius em 26 de Março de 2013, as 16:34:20
Poxa roberto você escreveu errado é "iGUinorança" que se fala, brincadeiras a parte, apesar de não acreditarem no meu flanger guloso,
ele consome realmente 300ma, e esta funcionando perfeitamente, tem muito smd o que dificulta minhas medições mas se eu puder fazer algum
teste a mais continuareis!

Obs.: Brincadeira apenas Roberto! (tongue


Título: Re: Corrente
Enviado por: Finck em 26 de Março de 2013, as 16:56:34
Suas colocações estão absolutamente dentro da lógica, Roberto. Um componente defeituso ou fora da especificação, uma fuga de corrente, tudo isso faz sentido.

O que para mim parece ILÓGICO é a alegação de que o aumento de consumo só ocorre (ou ocorre de forma mais drástica) em pedais que foram alimentados com fonte superdimensionada em termos de capacidade de corrente. E pior, o aumento seria GRADATIVO.

A gente pensou, pensou e pensou, e não conseguiu encontrar uma explicação viável. Na tentativa de tentar explicar o ilógico, coloquei minhas "teorias" sobre possíveis causas, que acabam de ser tecnicamente derrubadas pelo Ledod (isso NÃO É uma reclamação!).

Pessoalmente, eu volto ao estágio anterior: elevação de consumo decorrente da disponibilização de excesso de CORRENTE é "lenda urbana". Se fosse excesso de tensão eu entenderia, mas CORRENTE?

A meu ver, isso é bom: significa que a física continua funcionando!


Título: Re: Corrente
Enviado por: Roberto Alves em 26 de Março de 2013, as 17:16:34
No problem, Marcus.

Eu acho que alguma medição pode ter sido feita errada ou o pedal mudou quando passou a ter smd e seu consumo, por conseqüência, mudou também.



Título: Re: Corrente
Enviado por: kem em 26 de Março de 2013, as 17:21:32
... Uma das causas pode ser que em uma fonte de tensão linear, a tensão sem carga é muito maior que a tensão na corrente especificada. Isso acontece devido a resistência interna do gerador, ou seja, o fabricante projeta a fonte para ser utilizada em determinada corrente. Ao utilizar em um pedal que drena baixa corrente a tensão é muito maior, ocasionando problemas de dissipação nos reguladores de tensão/e fuga nos capacitores de filtragem.

 Outra causa é a fonte em si. Geralmente fontes de pedais são reguladas por um CI, que além de estabilizar a tensão tem proteções contra curto, ruídos da linha, etc. Diferentemente de uma fonte de alguns A que possuem apenas um capacitor de baixa qualidade e geralmente subdimensionado. Se há alguma variação da rede abrupta, certamente a fonte sem regulador vai variar a sua tensão tão rapidamente quanto for a variação da rede (até porque sua capacidade de fornecer corrente é muito maior)....
Isso parece logico...
É o que sempre foi dito... fonte vagabunda é fonte vagabunda.
Se alguém medir uma dessas fontes sem regulação, vai ver que uma fonte de 9V sem carga as vezes chega em 15V.
Ai você pega uma fonte de 2A dessas e liga num pedal que consome menos de 100mA...
Pronto, o pedal esta sendo alimentado com uma tensão muito maior do que a que foi projetado. Esses 15V vai cair quase nada com um consumo tão baixo.
Ai culpam a corrente...


Título: Re: Corrente
Enviado por: Ledod em 26 de Março de 2013, as 18:24:10
 Olha só que interessante, pode ser que o caso do aumento do consumo se dê realmente por algum um defeito nos circuitos internos. Mas o que causou esse defeito?
 A longa exposição do pedal a uma fonte ruim pode ser a causa e não a grande disponibilidade dela. Com o tempo, observa-se um consumo maior devido a exposição de circuitos integrados a condições que eles não suportam.
 
 Fontes de baixa corrente sem regulagem são ruins para alimentar pedais. Agora fontes de alta corrente sem regulagem são muito piores!!!

 Outro teste que poderia ser feito é alimentar um pedal de 12v com uma bateria de chumbo-ácido. Como que ficamos neste caso? A capacidade de corrente é muito mais alta, porém não existe nenhum ruído vindo da fonte...

 Um abraço!

 Eduardo


Título: Re: Corrente
Enviado por: Roberto Alves em 26 de Março de 2013, as 18:40:08
Alimentar um pedal com bateria automotiva?

Humm...que ideia...
Meio pesadinha, literalmente falando mas para testar ruídos free....talvez.
Sem interferência alguma mas também sem regulação. Teria que passá-la, pelo menos, por um regulador de tensão.
Alguém confiaria numa bateria pura?






Título: Re: Corrente
Enviado por: Patines em 26 de Março de 2013, as 18:58:27
Porque não uma bateria de moto?  é menor

Mas cuidado com a bruxa da corrente, porque essas baterias podem dar um correntão!..  Mas dá uns 13V de tensão, se bem carregada.

-----------

menor ainda:  Corrigido
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-473635666-bateria-mox-recarregavel-9v-320-mah-original-radio-controle-_JM (http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-473635666-bateria-mox-recarregavel-9v-320-mah-original-radio-controle-_JM)

9V pequena recarregável a R$8,90.

T+


Título: Re: Corrente
Enviado por: Roberto Alves em 26 de Março de 2013, as 19:19:54
Patines, seu link está com um ftp://http/ no começo.

O link correto é o que aparece na tela:
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-473635666-bateria-mox-recarregavel-9v-320-mah-original-radio-controle-_JM

Se alguém clicar e não conseguir ir basta editar no browser.



Título: Re: Corrente
Enviado por: a.sim em 26 de Março de 2013, as 21:17:12
Pessoal ai tem uns pequenos enganos em alguns conceitos.

Sim, tem.

Segundo, não existem "microcurtos" em CI's digitais.

Existem, sim. As tecnologias modernas submicron utilizam um óxido de porta extremamente fino, que vai se degradando à medida que o tempo passa em função do aquecimento. Duas coisas acontecem : a porta passa a consumir corrente e o transistor passa a conduzir uma corrente de fuga, quando deveria estar cortado. Com isso, o consumo do ci aumenta e com ele a temperatura, levando o ci à degradação progressiva. Essa corrente de fuga de porta não é desprezível; nos modernos processadores ela é de 30 a 50% do consumo de corrente total do processador inteiro. ao mesmo tempo em que os transistores vão ficando cada vez mais "fugazes", sua velocidade vai diminuindo até que o processador não aceita mais a frequência de clock nominal e para de funcionar. Os fabricantes sabem disso e levam esse efeito em consideração, dimensionando os circuitos com folga para que o processador dure cerca de 7 anos.


CI's digitais são bem sensíveis a ruído, se mais antigo, pior ainda. Hoje em dia qualquer porta lógica CMOS tem diodos de proteção na entrada, além de mosfets que não rompem a barreira do óxido com apenas uma pequena descarga elétrica. Antigamente não era assim! Apenas com a manipulação sem equipamento contra ESD e já eram...

Os ci's digitais CMOS SEMPRE tiveram proteção contra ESD, desde o primeiro CMOS da série 4000. Não há como operar um circuito CMOS sem proteção. Também não é verdade que são sensíveis a ruído; a imunidade ao ruído do CMOS é a melhor que existe, suplantando com margem tecnologias anteriores como a TTL e com larga margem a ECL, que continua sendo utilizada. A propósito, os cis TTL padrão e Ls não tinham protação ESD; já as tecnologias TTL de última geração e alta velocidade ( FAST, ALS, etc ) TÊM proteção ESD porque mesmo os transistores bipolares sofrem degradação com a eletricidade estática nessas tecnologias.

Uma última observação. Pensemos em nossos desktops, são sistemas digitais extremamente complexos. Engraçado que a fonte ATX que alimentam as placas-mãe são de 5v a 25A , 3,3v a 15A. Se a capacidade de corrente fosse o problema, talvez teríamos que trocar nossos processadores uma vez por semana...

Excelente observação, colega...


Título: Re: Corrente
Enviado por: Finck em 26 de Março de 2013, as 21:41:51
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menor ainda:  Corrigido
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-473635666-bateria-mox-recarregavel-9v-320-mah-original-radio-controle-_JM (http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-473635666-bateria-mox-recarregavel-9v-320-mah-original-radio-controle-_JM)

9V pequena recarregável a R$8,90.

T+

Eu comprei duas dessas baterias (exatamente a mesma marca) na Sta. Ifigênia. Após carregadas, desconectadas, não conseguiram manter a tensão por mais de 1 dia. Instaladas num pedal de baixo consumo (30mA "nominais") não seguraram o tranco por 1 hora. E como são de NiMH, a tensão nominal é de 8,4V (apresentam cerca de 9,5V imediatamente após carregadas, mas em pouco tempo cai para a tensão nominal, que é baixa para a maioria dos pedais.

Uma melhor opção são as pequenas baterias de chumbo-ácido seladas (gel), muito usadas em alarmes e afins. Tem modelos que pesam menos de 1Kg e são do tamanho aproximado de um pedal Boss "padrão". Quem já teve Ituran "antigo" instalado no carro, talvez se lembre que a bateria de backup dele era desse tipo, e pouco maior que um maço de cigarros. E não custam um absurdo, vejam esse exemplo:

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-470554413-bateria-selada-alarme-cerca-eletrica-nobreak-12v-7ah-_JM (http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-470554413-bateria-selada-alarme-cerca-eletrica-nobreak-12v-7ah-_JM)

Voltando à corrente, as colocações desta última página, sobre os "efeitos" de fontes vagabas fazem todo o sentido para mim.


Título: Re: Corrente
Enviado por: Ledod em 26 de Março de 2013, as 22:28:53
Existem, sim. As tecnologias modernas submicron utilizam um óxido de porta extremamente fino, que vai se degradando à medida que o tempo passa em função do aquecimento. Duas coisas acontecem : a porta passa a consumir corrente e o transistor passa a conduzir uma corrente de fuga, quando deveria estar cortado. Com isso, o consumo do ci aumenta e com ele a temperatura, levando o ci à degradação progressiva. Essa corrente de fuga de porta não é desprezível; nos modernos processadores ela é de 30 a 50% do consumo de corrente total do processador inteiro. ao mesmo tempo em que os transistores vão ficando cada vez mais "fugazes", sua velocidade vai diminuindo até que o processador não aceita mais a frequência de clock nominal e para de funcionar. Os fabricantes sabem disso e levam esse efeito em consideração, dimensionando os circuitos com folga para que o processador dure cerca de 7 anos.

 Claro, a degradação existe sim no óxido, mas em condições de temperatura anormais para um pedal ou circuito mais simples onde se utilizam portas lógicas discretas.

 A.Sim, sempre entendi que a dissipação de potência em circuitos CMOS se devia a transição dos estados e a própria resistência do canal (dissipação dinâmica e estática). Nunca tinha ouvido falar sobre a dissipação em relação a fuga de corrente na porta, poderia nos dar mais informação a respeito? Uma referência sobre o assunto seria interessante...


Os ci's digitais CMOS SEMPRE tiveram proteção contra ESD, desde o primeiro CMOS da série 4000. Não há como operar um circuito CMOS sem proteção. Também não é verdade que são sensíveis a ruído; a imunidade ao ruído do CMOS é a melhor que existe, suplantando com margem tecnologias anteriores como a TTL e com larga margem a ECL, que continua sendo utilizada. A propósito, os cis TTL padrão e Ls não tinham protação ESD; já as tecnologias TTL de última geração e alta velocidade ( FAST, ALS, etc ) TÊM proteção ESD porque mesmo os transistores bipolares sofrem degradação com a eletricidade estática nessas tecnologias.


 Talvez tenha me expressado mal, mas não é o ruído na entrada ou na fonte do circuito lógico e sim a surtos de tensão e transientes. Se a tensão de alimentação/porta ultrapassar, durante um tempo infinitesimal a máxima absoluta, o circuito queima ou degrada de maneira abrupta muito facilmente.
 
Citar
Alimentar um pedal com bateria automotiva?

 Me referia as de chumbo-ácido de alarmes e afins, que são bem menores.


 Um abraço

 Eduardo


Título: Re: Corrente
Enviado por: Patines em 26 de Março de 2013, as 22:34:22
...pouco maior que um maço de cigarros. E não custam um absurdo, vejam esse exemplo:

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-470554413-bateria-selada-alarme-cerca-eletrica-nobreak-12v-7ah-_JM (http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-470554413-bateria-selada-alarme-cerca-eletrica-nobreak-12v-7ah-_JM)
Essa bateria usava num lap-top velho.  durava cerca de 8 horas funcionando, o que é muito!

T+


Título: Re: Corrente
Enviado por: a.sim em 27 de Março de 2013, as 10:49:44
Olá.

Quem quiser aprender sobre quão bons são os circuitos integrados modernos em tecnologia submicron, sugiro procurar os seguintes termos no google :

CMOS aging
Subthreshold current
Gate leakage current

e o mais importante - Negative Bias Temperature Instability - NBTI . A Wikipedia tem um excelente artigo sobre NBTI.

Um outro texto descrevendo as correntes de fuga em CMOS pode ser encontrado em www.inf.ufrgs.br/logics/docman/book_emicro_butzen.pdf



Título: Re: Corrente
Enviado por: Ledod em 27 de Março de 2013, as 15:41:36
 Obrigado A.Sim

 Com certeza, pesquisarei alguns artigos sobre os temas!

 Um abraço

 Eduardo


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