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Autor Tópico: Os watts e eu  (Lida 22161 vezes)
bossman
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« : 12 de Julho de 2013, as 16:00:36 »

Estou aos poucos traduzindo um texto interessante do handmaker argentino Jorgenson e compartilhando com os senhores. Espero que seja de ótimo proveito! O texto é grande mas é bom! Postarei as outras partes tão logo eu tenha feito.


Por quase três décadas de minha vida profissional eu me

dediquei à fabricação de componentes para sistemas de

PA e DJs. Esta atividade abrange temas tão diversos

como o design de alto-falantes, tweeters, estações de

compressão e emissoras alto-falantes, crossovers, todas

as caixas, amplificadores, microfones e até mesmo

acústica da sala. Todos estes elementos têm em comum a

capacidade de gerenciar as frequências elétricas e

acústicas dentro da faixa audível. E uma das

características mais críticas quando combinando-os

dentro de um sistema de energia é a potência que cada

um pode e deve lidar, para que tudo seja de

funcionamento seguro e os custos resultem lógicos e

equilibrados em função do objetivo desejado.


Mas esse tipo de sistemas de som, há um elemento que

está fora da discussão, é tão óbvio que perdem a medida

de sua importância, sempre se direciona seus esforços

para reduzir ao mínimo indispensável e pronto! Isso é

tudo. Me refiro a distorção. Os sinais envolvidos são

apenas aqueles que são um verdadeiro reflexo do que

está a ser amplificado, toda discrepancia é proibida,

está proibida a distorção.


Em áudio não se fala de (som) "limpo". Não se conhece

esse conceito, não no jargão do ofício. O som limpo que

conhecemos podem incluir percentagens de distorção que

são inadmissíveis em um sistema de Hi-Fi. Estes

sistemas produziriam, ao ser excitados por um captador

de guitarra elétrica, um som estéril, sem gosto, sem

graça ou personalidade. Um sistema de áudio é melhor o

quanto mais transparente e linear for, um amplificador

de guitarra não.



Ao trabalhar em zonas lineares, sem distorção, é mais

fácil por-se de acordo com as especificações de

potência. Assim, um alto-falante especificado como 200W

segundo a norma EIA, como feito, por exemplo, com a

famosa Electro Voice com seu EVM-12L, que utilizam

alguns Mesa, combina perfeitamente com um amplificador

de potência de 200W contínua (o chamado "RMS" ), ou

seja, 200W "limpa", sem distorção. Porque não se espera

distorção: se o operador percebe imediatamente reduz a

saturação de volume até que desapareça.


Se no Universo existem mundos paralelos, dois deles

são, definitivamente, o mundo do áudio e do mundo da

guitarra elétrica. Eles têm quase tudo em comum, exceto

a meta: o som desejado. Em nosso mundo de som de

guitarra que gosta da "personalidade", falamos de

limpeza ou overdrive, estéril ou quente, claro ou

escuro, o tom, crunch, sustentar, em suma, tudo o que

nos afasta de mundo do áudio puro . E isso sem

considerar os efeitos ... tudo aqui é mais subjetivo:

uma vez que apartamos da linha reta, as curvas em

potencial são infinitas ...


« Última modificação: 12 de Julho de 2013, as 16:17:42 por bossman » Registrado

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« Responder #1 : 12 de Julho de 2013, as 17:30:05 »

bossman

Está interessante! O autor parece ter lidado com os mesmos conceitos e dúvidas de muita gente que trabalha com sonorização, ou vai trabalhar, que é o caso de muitos dos membros desse fórum, (eu inclusive). Aguardo a continuação. Parabéns! 
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Flanelinhas, cuidado!!!


« Responder #2 : 12 de Julho de 2013, as 18:37:37 »

Ótimo!  Legal!
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« Responder #3 : 12 de Julho de 2013, as 19:09:43 »

Gostei da tradução até agora... Mas se o texto estiver on-line, recomendo a referência ao original!
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« Responder #4 : 12 de Julho de 2013, as 19:45:19 »

Citar
Em áudio não se fala de (som) "limpo". Não se conhece

esse conceito, não no jargão do ofício. O som limpo que

conhecemos podem incluir percentagens de distorção que

são inadmissíveis em um sistema de Hi-Fi. Estes

sistemas produziriam, ao ser excitados por um captador

de guitarra elétrica, um som estéril, sem gosto, sem

graça ou personalidade. Um sistema de áudio é melhor o

quanto mais transparente e linear for, um amplificador

de guitarra não.

Citar
Se no Universo existem mundos paralelos, dois deles

são, definitivamente, o mundo do áudio e do mundo da

guitarra elétrica. Eles têm quase tudo em comum, exceto

a meta: o som desejado.

A meu ver, esses são os dois paragrafos principais. Mas confesso que não fui capaz de entender o que o autor quis dizer. Ele está falando sobre o quê ? Estágios de amplificação de tensão ? Circuitos preamplificadores completos ? Inversores de fase ? Circuitos de potencia ?

Tudo isso é amplificação, seja em lo-fi, mid-fi, hi-fi, ultra-fi ou............. guitar amps.

Se o autor está generalizando esse conceito para circuitos amplificadores de potencia, eu acho que ele vai estar mais encrencado do que mosca em cima de melado para explicar porque Jim Marshall escolheu um circuito muito Hi-Fi, ultra-linear, para construir um dos melhores guitar amps de todos os tempos e que serviu, e serve, de base para muito do que vemos e ouvimos hoje:


-----

Eu poderia até mesmo sugerir para a turma que constrói preamps, comprarem um McIntosh MC-30, monobloco, e nele ligarem seus 2204, 6G6 etc.

Garanto sorriso de orelha a orelha  Cheesy
« Última modificação: 12 de Julho de 2013, as 20:05:11 por Guilherme » Registrado
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« Responder #5 : 12 de Julho de 2013, as 21:41:55 »

Acho que ele se refere a amplificação de potência sim Guilherme!

Haroldo dei uma procurada básica pelo texto original e parece que não existe mais... em todo caso depois que eu terminar de traduzir eu irei postar a cópia que tenho salva em meu computador.

-----
Segunda (e última) parte do texto


Esclarecer neste ponto que esta é uma simplificação, para dar uma idéia geral do problema. Porque ele nunca atinge exatamente o dobro, principalmente porque há queda de tensão na fonte de alimentação, e outras perdas do sistema. Mas num equipamento transistorizado pode chegar a ser de 70 ou 80% mais potência do  que o nominal, e num valvulado um pouco menos mas, nessa ordem. Depende do dimensionamento geral das fontes e dos transformadores.
Também influi o fato de que a potência valvular é especificada com alguma distorção, entre 5% e 10% segundo o fabricante.


Por razões de segurança, você deve assumir que o alto-falante deve suportar o dobro da potência nominal do amplificador, ou um pouco menos. Oque se faz quando não se pode usar um falante é usar dois ou um com o dobro da potência do amplificador. Para um cabeçote de 50w eu sempre recomendo caixas 2x12", o mesmo para combos. Salvo se se tratar de um combo 1x12" nesse caso o falante deve ser de 100w no mínimo.


E um combo 1x12 com 100W de potência deve ter um alto-falante de 200W, é o caso de EVM-12L nos combos Mesa. Dou este exemplo porque eu conheço muito bem este falante, fizemos clones de 12L em LEEA, embora os chamemos 12S. Com o teste de 8 horas a 200W de potência exigidos pelo EIA estavam tão quentes que não se podiam tocar, tinha que ser medidos no dia seguinte. Mas esses alto-falantes, como eu disse vão bem em 200W de áudio, são apenas folgados em um amplificador de guitarra 100W, porque ele pode estar entregando 160W ou mais em overdrive.


Geralmente os usuários tendem a acreditar que se o amplificador é de 50W vai bem um alto-falante de 50W, mas não é assim. A menos que você use guitarra limpa e nunca ultrapasse do limite, que é muito arriscado, pois sob elevado ruído ambiente tendemos a aumentar o volume do amplificador, uma vez que aceita um pouco mais de distorção, contando de que se ouça o instrumento, o que normalmente é fatal para o alto-falante. E mais cuidado ainda com os valvulados, porque se a saída operar sem o alto-falante a etapa de saída fica sem carga oque pode levar à falha catastrófica devido à sobretensão.

Eu não estou aqui considerando critérios não técnicos, como a de que o alto-falante deve ser exigido ao máximo para soar bem, ou de um amplificador de 5W soar mal com um alto-falante de 50W. Há sempre casos de particulares combinações que nos surpreendem por quão bem ou quão ruim eles soam! Mas eles são apenas isso, casos especiais. O que eu estou tentando explicar é um conceito geral de como lidar com essas questões.

Há mais, mas é muito tempo, se eu notar interesse prossigo.



« Última modificação: 14 de Julho de 2013, as 15:45:39 por bossman » Registrado

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« Responder #6 : 16 de Julho de 2013, as 19:46:14 »

Legal Bossman, aguardo as demais partes.

Acho que nessa 2a. parte o autor fugiu um pouco do "mote" inicial: amps para guitarras não precisam ser bons.

Essa premissa é amplamente levada em conta por fabricantes de todos os níveis, seja aqui ou no exterior, porque resulta em economia: afinal, se um guitar amp não precisa ser bom, para que usar boas partes (que o diga os transformadores, os primeiros a serem malhados) ?

Para provar que um amp para guitarras nunca é bom o suficiente, tomemos como exemplo um amp que eu sei que você gosta, e por ótimos motivos. Ótimos não, excelentes: O Dr. Z Route 66.

Esse amp foi o primeiro a receber o "Pick Award" da Guitar Player USA e é o amp de "referência" da Fulltone.

O Route 66 tem irmãos muito conhecidos: o canal EF86 do Matchless DC30 e o canal normal do Vox AC15 e AC30.

O circuito do Route 66, levantado por inspeção mas fiel ao original, está aqui:

http://www.audiolink.com.br/audiolink/imagens/route66.jpg

A origem do Route 66 e seus irmãos está em um dos mais clássicos Hi-Fi amps de todos os tempos, o Leak TL25 plus. Coloque um stack de tonalidade nesse Leak e você terá um guitar amp para ninguém ouvir defeito. Seu circuito original de fabrica está aqui:

http://www.audiolink.com.br/audiolink/imagens/leak_TL25.gif


abração

Guilherme
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« Responder #7 : 16 de Julho de 2013, as 20:59:21 »

Por razões de segurança, você deve assumir que o alto-falante deve suportar o dobro da potência nominal do amplificador, ou um pouco menos. Oque se faz quando não se pode usar um falante é usar dois ou um com o dobro da potência do amplificador. Para um cabeçote de 50w eu sempre recomendo caixas 2x12", o mesmo para combos. Salvo se se tratar de um combo 1x12" nesse caso o falante deve ser de 100w no mínimo.

Vejam o que escreve o prof. Homero Sette Silva (pra quem não o conhece é um dos maiores entendidos  sobre o assunto no Brasil) sobre o dimensionamento de amplis e alto-falantes no respeito a potência de cada um. Não inseri as figuras, mas quem quiser o PDF que peguei no site da Selenium (eles não disponibilizam mais), é só pedir em PVT.
===============================================================================
ESPECIFICANDO O AMPLIFICADOR - Homero Sette Silva

Na hora de escolher o amplificador adequado para alimentar um alto-falante geralmente o senso comum deixa a desejar e, para evitar dissabores e prejuízos, precisaremos tecer algumas considerações técnicas a esse respeito.
Em primeiro lugar devemos ter em mente que a musica é um sinal muito peculiar, possuindo um fator de crista, ou seja, o cociente entre a potência de pico (musical) e a potência média (erradamente chamada de RMS) tipicamente igual a 10, conforme a tabela abaixo.
Isto significa que os picos são muito elevados, mas o valor médio é pequeno, como podemos depreender da figura ao lado.
Assim, um amplificador de 1000 Watts por canal, reproduzindo um programa musical típico, vai entregar apenas 100 Watts de potência média. Isto, para um falante de 500 Watts vai representar um risco de queima muito pequeno.
Mas, ao tentar obter mais  Watts RMS do seu amplificador ele irá distorcer severamente se os limitadores do próprio amplificador (ou de algum periférico) não reduzirem a amplitude do sinal evitando, assim, a distorção.
Se elevada distorção acontecer a vida dos alto-falantes estará sendo colocada em grande risco, pois estes irão aquecer excessivamente (devido à sobrecarga produzida pelo conteúdo harmônico, gerado pela distorção) e ficarão submetidos a enormes acelerações (pois o ceifamento do sinal aproxima-o de uma onda quadrada) o que resultará em grandes esforços mecânicos aplicados no conjunto móvel, podendo provocar a quebra do cone, dentre outros graves problemas.
Exemplificando com um sinal senoidal, se elevarmos o ganho do amplificador até o pico do sinal de saída tornar-se igual à tensão de alimentação interna do circuito e, se daí em diante continuarmos aumentando o ganho, a amplificação linear deixará de existir e o sinal mudará de forma, tendendo para uma onda quadrada. Esta situação representa uma distorção harmônica extrema.
Como podemos observar, na figura ao lado, enquanto o sinal senoidal, e a onda triangular, variam suavemente de amplitude, a onda quadrada dá saltos abruptos.
Em uma onda quadrada perfeita o tempo de transição de um valor positivo, para outro negativo, é nulo. Associando esse comportamento a um alto-falante isso obrigaria o cone a trocar de uma posição extrema, para outra, em um tempo nulo, o que exigiria a aplicação de uma aceleração infinita.
Mesmo um sinal aproximadamente quadrado imporia grandes acelerações ao cone, o que se traduziria em enormes esforços aplicados ao mesmo, pois força é igual ao produto massa (do conjunto móvel) vezes aceleração.
Esta força excessiva pode vincar o cone, quebrá-lo e até mesmo arrancar a bobina da forma !
Além disso, a distorção harmônica implica na geração de componentes senoidais (múltiplas da fundamental), inexistentes na informação original que fica, assim, dotada de mais energia, o que vai elevar acentuadamente a temperatura da bobina, que poderá não resistir ao esforço térmico.
Para fins de comparação, podemos afirmar que uma onda quadrada, com o mesmo valor de pico de uma senoide (conforme representamos graficamente), possui uma potência média igual ao dobro daquela fornecida pela senoide, considerando cargas resistivas de mesmo valor.
Como ultimo argumento diremos que ondas quadradas, de grandes amplitudes, tendem a fazer com que a bobina colida com a arruela inferior do falante, o que geralmente destrói o conjunto móvel.
No sentido oposto, quando a bobina “sai” do conjunto magnético, perde o efeito benéfico da dissipação que as massas de ferro adjacentes propiciam. Assim, durante todo um semi ciclo do sinal a temperatura da bobina subirá acentuadamente, por falta de dissipador. Esse efeito pode ser observado no colar escurecido, presente na parte superior do enrolamento (próximo ao cone), comum em falantes submetidos a sobre cargas.
Como esta distorção harmônica, ocasionada pelo ceifamento do sinal, ocorre com mais facilidade em amplificadores de menor potência, devemos ter em mente que, em aplicações profissionais, onde o usuário precisa obter o máximo possível dos falantes, o melhor é trabalhar com amplificadores de potências maiores que a especificada no falante.
Tentar proteger os transdutores, trabalhando com amplificadores de potência igual ou menor que a especificada pelo fabricante dos falantes costuma produzir, no âmbito profissional, um resultado oposto: a queima quase imediata dos transdutores.
Para que você tenha uma "pegada" forte (punch) no seu sistema de som, sem o risco de distorção harmônica excessiva, é preciso que seus amplificadores tenham potência suficiente.
Vejamos como determinar esse valor.
Os falantes Selenium, após um teste de duas horas, suportando a potência RMS especificada (produzida por um sinal de ruído rosa), são submetidos a um programa musical variado, com potências de pico (valor máximo) atingindo até quatro vezes a potência RMS especificada para o falante, declarada na ficha técnica do mesmo.
Se, no seu sistema de som, existir um processador digital, com os limiters devidamente programados e capazes de atuar adequadamente, você poderá trabalhar com um headroom de 6 dB (quatro vezes a potência média). Assim, um falante 15SW2P, especificado para 600 Watts poderá ser ligado, com segurança, a amplificadores capazes de fornecer até 2400 Watts para cada um (8 Ohms).
No caso de quatro falantes por canal (operação em dois Ohms) o amplificador deveria ser capaz de fornecer até 9600 Watts por canal.
Conforme podemos concluir, a grande maioria dos nossos sistemas esta sub dimensionada, necessitando de um oportuno up grade, que trará maior confiabilidade e mais qualidade para o PA.
Atenção: muitos processadores digitais possuem limiters que não funcionam adequadamente, não sendo capazes de atuar com a rapidez necessária, deixando os picos, que deveriam ser barrados, passarem livremente. Um dos melhores limitadores existe no processador de menor custo do mercado: o DCX2496, da Behringer.
Caso não exista um processador adequado em seu sistema, você poderá trabalhar, seguramente, com um headroom de 3 dB (especificado no catálogo como Potência Musical), escolhendo um amplificador capaz de fornecer até o dobro da potência RMS especificada para cada falante.
Assim, no caso de quatro falantes 15SW2P, por canal, o amplificador deveria ser capaz de fornecer até 4800 Watts por canal, em 2 Ohms, resultado de 2 x 600 x 4.
Os valores de potência aqui sugeridos são válidos desde que o programa não seja excessivamente comprimido (baixo fator de crista) e o sistema não apresente distorção elevada.
Muitos amplificadores possuem limiters internos que funcionam bem na faixa de graves (baixas freqüências), mas não conseguem proteger contra os picos em freqüências mais altas, como os sinais de médio-graves para cima. Assim, para headroons elevados, em freqüências mais altas, torna-se indispensável o uso de limiters externos ao amplificador.
No caso de drivers e tweeters, quando crossovers ativos são utilizados, devido à maneira como as normas de medição mandam proceder durante os testes, a potência especificada deve ser multiplicada por um fator (empírico) de redução, igual a 0,4.
Resumindo: se o programa musical for típico (fator de crista igual a 10 ou maior) e não houver distorção significativa no sistema (mesa, equalizador, crossover, amplificador), a potência média (RMS) correspondente será muito baixa (tipicamente um décimo da potência máxima que o amplificador poderá aplicar em cada falante) e não haverá risco de danificar a bobina por excesso de temperatura, mesmo trabalhando com amplificadores capazes de fornecer o dobro da potência media especificada para cada falante.
Então, sempre deveremos usar amplificadores com o dobro da potência do falante, certo ? Errado !
Os conceitos acima enunciados precisam ser perfeitamente entendidos para evitar o uso inadequado dos mesmos.
Em primeiro lugar, o importante é evitar o clipamento do sinal, ou seja, não trabalhar com elevados valores de distorção.
Nos sistemas profissionais a distorção geralmente decorre da necessidade de se obter elevados valores de SPL a partir de amplificadores com potência insuficiente (às vezes o numero de transdutores também é menor que o necessário).
Mas, se o amplificador tiver potência igual ou menor que a do falante, mas não houver distorção elevada no sistema, não há motivo para que os falantes sofram dano.
Se esta situação atende plenamente às necessidades do usuário não há motivo para não utilizá-la.
Em um sistema de som residencial normalmente alimentamos os falantes com amplificadores de baixa potência o que, neste caso típico de baixo SPL necessário, é perfeitamente admissível.
Finalmente, vamos desfazer os seguintes conceitos equivocados, por vezes tidos como verdadeiros:
1 – Ligar falantes com potência superior à do amplificador provocará dano ao amplificador.
Isto não tem o menor fundamento. O amplificador não “sente” a potência do falante. Percebe, apenas, sua impedância. Se a impedância estiver adequada, não há como o falante causar qualquer prejuízo ao amplificador. Eventualmente, o falante poderia ser danificado por excesso de distorção.
2 – Falantes de alta potência simplesmente não “tocam” em amplificadores de baixa potência.
Se isto fosse verdade os falantes parariam de funcionar nas passagens baixas da musica, o que sabemos não acontecer. Os falantes são (aproximadamente) transdutores lineares, alem de bi-laterais. Para satisfazer o critério da linearidade devem valer os princípios da proporcionalidade e da superposição. Quanto ao primeiro quesito, o sinal na saída de um sistema linear é diretamente proporcional ao de entrada. Se o sinal de entrada ficar mil vezes menor a resposta na saída ficará dividida por mil, mas continuará existindo. Para demonstrar esse fato, ligue na saída de fone de ouvido, de um radinho portátil, uma caixa profissional com a maior potencia que encontrar. Os incrédulos ficarão surpreendidos com o resultado obtido, que será muito superior ao conseguido com o falante original do radio.

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« Responder #8 : 16 de Julho de 2013, as 21:38:26 »

Citar
Vejam o que escreve o prof. Homero Sette Silva (pra quem não o conhece é um dos maiores entendidos  sobre o assunto no Brasil) sobre o dimensionamento de amplis e alto-falantes no respeito a potência de cada um. Não inseri as figuras, mas quem quiser o PDF que peguei no site da Selenium (eles não disponibilizam mais), é só pedir em PVT.

O Homero Sette Silva é o autor do obra "Analise e Sintese de Alto-Falantes e Caixas Acústicas - Método T-S " publicado pela H.Sheldon Serviços de Marketing com apoio da Selenium e, sem sombra de duvidas, o grande expert em parâmetros T-S no Brasil.

Responsável pela engenharia da Selenium até por volta de 2009, projetou dois excelentes alto-falantes para guitarras: o Classic 80 e o Modern Lead, que não foram para o mercado por motivos completamente sobrenaturais, uma vez que poderia substituir tudo o que temos de importado atualmente no varejo especializado.

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« Responder #9 : 17 de Julho de 2013, as 00:30:22 »

Guilherme infelizmente não existem mais partes desse texto  Embarrassed  O autor parou por ali mesmo.

Spoiler (clique para mostrar ou esconder)



xformer e Guilherme

Então me expliquem porque quando eu liguei um Eminence que em tese seria de 50w num clone de Bassman 59' que em tese não chega nem aos 50w (ele pode dar até 45w se não me engano) depois de algum tempo de uso comecei a sentir um  cheiro de verniz ( verniz da bobina do fio imagino eu) derretendo e desliguei tudo correndo?

Sempre defendi essa tese do Jorgenson tanto é que na mina caixa 2x12" que uso em conjunto com o amplificador da minha foto que tem 50w em teoria uso dois falantes de 80w em paralelo. E quando aumento o volume lá por volta do 6 punch é oque não falta!
« Última modificação: 17 de Julho de 2013, as 00:39:43 por bossman » Registrado

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« Responder #10 : 17 de Julho de 2013, as 07:53:07 »

xformer e Guilherme

Então me expliquem porque quando eu liguei um Eminence que em tese seria de 50w num clone de Bassman 59' que em tese não chega nem aos 50w (ele pode dar até 45w se não me engano) depois de algum tempo de uso comecei a sentir um  cheiro de verniz ( verniz da bobina do fio imagino eu) derretendo e desliguei tudo correndo?

Pode ter acontecido justamente o que o Homero escreveu (em negrito), você usou falante e amplificador de quase mesma potência.
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« Responder #11 : 17 de Julho de 2013, as 19:29:31 »

Pode ter acontecido justamente o que o Homero escreveu (em negrito), você usou falante e amplificador de quase mesma potência.

Mas oque está escrito em negrito eu entendi como sendo justamente ao contrário...
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« Responder #12 : 17 de Julho de 2013, as 19:40:38 »

Pode ter acontecido justamente o que o Homero escreveu (em negrito), você usou falante e amplificador de quase mesma potência.

Mas oque está escrito em negrito eu entendi como sendo justamente ao contrário...

Citar
Tentar proteger os transdutores, trabalhando com amplificadores de potência igual ou menor que a especificada pelo fabricante dos falantes costuma produzir, no âmbito profissional, um resultado oposto: a queima quase imediata dos transdutores.

O que ele escreveu (pra não fazer) é justamente o que você fez: ligou um alto-falante de 50W com um amplificador de 45W (quase igual, ou de menor potência). O transdutor é o alto-falante (a bobina).  Ou seja, você tentou proteger o alto-falante usando um amplificador de menor potência, mas o resultado é ao contrário, assim você estraga o alto-falante (segundo a teoria dele).

Resumindo:
Potência do amplificador < potência do alto-falante  (o que você fez) => estraga alto-falante

Potência do amplificador = potência do alto-falante  => estraga alto-falante

Potência do amplificador > potência do alto-falante  => correto
« Última modificação: 17 de Julho de 2013, as 20:08:58 por xformer » Registrado

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« Responder #13 : 17 de Julho de 2013, as 22:18:07 »

Ainda não consegui entender quais são os benefícios de se usar um amplificador com a potência maior que a suportada pelo falante.
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« Responder #14 : 17 de Julho de 2013, as 22:59:09 »

Ainda não consegui entender quais são os benefícios de se usar um amplificador com a potência maior que a suportada pelo falante.

O benefício é que a chance de estragar o alto-falante dessa forma é menor.

Quando você usa um amplificador de pouca potência, pra conseguir um volume alto no alto-falante, precisa por ele no volume máximo, isso faz com que a saída apresente um sinal mais distorcido e com uma rápida transição de um ciclo pra outro (onda quadrada que dá mais potência).

Ao contrário, se usar um amplificador com mais potência, é mais difícil o sinal ficar distorcido pra conseguir a mesma potência e sem a transição rápida, e o controle de volume pode ficar numa posição mais baixa. 

A questão principal não é a potência entregue ao alto-falante, mas a forma do sinal que é entregue ao alto-falante.  100W de música é diferente de 100W de sinal distorcido e quadrado.
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