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Autor Tópico: A madeira não influencia no timbre (visão técnica)  (Lida 35041 vezes)
Thomas_h
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« Responder #60 : 22 de Maio de 2017, as 08:34:41 »

Bem, após consultar o banco de dados que eu tinha disponüivel encontrei o seguinte artigo focado em guitarras elétricas, de corpo sólido:

"Modal parameter variability in industrial electric guitar making:Manufacturing process, wood variability, and lutherie decisions"

Uma versão simplificada disponibilizada pelo autor pode ser encontrada aqui:
https://www.researchgate.net/publication/277567065_Modal_parameter_variability_in_industrial_electric_guitar_manufacturing

De forma geral, eles apresentam algumas variáveis que servirão para quantificar as diferenças observadas:

"Modal frequencies and damping ratios of the structure can explain some sound differences between instruments"

e "Modal frequency and damping ratio are important for the description of the string/structure coupling.
They can explain sound differences related to energy losses from the string’s point of view. But they strongly
depend on coincidences that might occur between string playing frequencies and structure frequencies. In the
general case, such a coincidence does not occur so clearly, and other mechanical features than modal frequency
and damping ratio may be more appropriate for characterising the influence of the structure on the sound.
The use of mean conductance values has been proposed in a previous study for the discrimination between
ebony and rosewood fingerboards"

Quem será a dita cuja...: "The unique opportunity of measuring industrially-made electric guitars in large number has been
given by one of the world’s leaders in the solid body electric guitar market: This North-American manufacturer produces
more than 50,000 electric guitars a year"

O estudo focou em apenas parte do espectro de frequencias: "The frequency bandwidth of the study is finally [20 Hz:800 Hz]."

Um dos resultados observados foi que existe variabilidade mesmo dentro da mesma fábrica:
"Looking a bit closer gives clues to identify differences between nominally identical guitars: mobility peak heights, peak locations
(modal frequencies), or peak width seem to vary inside a set of nominally identical guitars"

Concluindo, o artigo mostrou algumas diferenças observadas, mas é sempre difícil traduzir essa diferença para o que o
músico vai experimentar ao tocar a guitarra. Eu achei que foi convincente.
Eu já passei tardes em lojas testando guitarras do mesmo modelo, inclusive já comprei a guitarra que estava pendurada
na parede porque ela simplesmente soava melhor que a nova na caixa que o vendedor me trouxe.
Infelizmente não foi mais barata  Cheesy

Se alguém tiver interesse posso enviar o artigo.

abraços


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EddieTavares
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« Responder #61 : 22 de Maio de 2017, as 09:17:23 »


Na minha opinião, a guitarra não mudou muito desde a sua invenção, as partes elétricas melhoraram, mas ainda usamos os mesmos materiais e acabamentos, talvez exista um potencial enorme de melhora, o que não existe é a demanda. Para colecionadores de carros, o caso é o mesmo, a diferença é que os carros antigos tem uma baixa eficiência energética, além de não serem tão seguros e confortáveis, mas a demanda por desenvolvimento, nesse caso, existe. 


De fato, a guitarra mudou muito pouco, até porque qualquer mudança não é muito bem recebida, o que mudou é que os instrumentos baratos de hoje em dia estão muito melhores que os instrumentos baratos de 25 anos atrás (quando comecei...), frequentemente tenho visto instrumentos baratos tornando-se muito melhores depois de um algum upgrade.

Instrumentos baratos já com madeiras muito boas, uns 80% dos instrumentos tem braços em maple, a mesma espécie de instrumentos profissionais. Estes instrumentos orientais, chineses, coreanos... precisam viajar por meses de navio, suportando uma boa variação de temperatura e outras condições atmosféricas, para isto precisam ser de boa densidade e estar bem cecas e estáveis senão empenam.

E é aí que tem surgido este novo mito "a madeira não influencia no timbre", devido a falta de novidade na produção de instrumentos por parte das marcas tradicionais e o fato de instrumentos baratos já agregarem boa qualidade.


A algum tempo atras era possível encontrar muitos instrumentos chineses com pontes desalinhadas, casa fora do padrão, trastes mal colocados... Não que isso não ocorra, mas a cada dia estes fatores tem sido mitigados o que tornaria inadmissível isso ocorrer com marcas profissionais.

Se formos por no papel todo o preço de se construir um instrumento em uma fábrica, acredito que o custo das madeiras não chega a 20% do total do projeto, e o item mais caro deve ser a mão de obra, a colocação minuciosa dos componentes, shape e acabamento geral.
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toscator
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« Responder #62 : 22 de Maio de 2017, as 17:05:37 »

Thomas_h esta de parabéns! Realmente contribuiu muito para o tópico ,
Testar brações é mais fácil, para testar o corpo eu deveria desenvolver uma parte elétrica removível, tudo PnP e depois analisar no espectro, admito que meu experimento apenas diz que não há um feedback do corpo diretamente para os captadores, mas me esqueci de analisar o possível feedback direto nas cordas, que, como visto acontece nos braços... Batendo Cabeça
Falando nisso, uma das minhas investidas guardadas na gaveta de do uso de fibras verdes para o uso na luthieria, o que vocês acham?
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EddieTavares
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« Responder #63 : 22 de Maio de 2017, as 17:28:44 »

Fibras verdes, seria algo como fibra de bananeira?
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felix
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« Responder #64 : 22 de Maio de 2017, as 17:28:50 »

Em 1970 já tinha gente que pensava em opções.

https://en.wikipedia.org/wiki/Gittler_guitar
https://www.youtube.com/watch?v=2eEB-vJic_o

Vale notar o valor:
http://gittlerinstruments.com/product/gittler-guitar-classic-model-deposit
« Última modificação: 22 de Maio de 2017, as 17:32:42 por felix » Registrado
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« Responder #65 : 23 de Maio de 2017, as 20:22:35 »

Fibras verdes, seria algo como fibra de bananeira?
mais especificamente fibra de juta, é bem abundante na minha região
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EddieTavares
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« Responder #66 : 24 de Maio de 2017, as 09:16:40 »


Há guitarras feitas de fibra de vidro como as Res-o-glass usadas por Jack White, não sei se são boas ou ruins, soam bem nas músicas do White Stripes, ainda assim há um belo bloco de madeira no meio do corpo que atuaria como um corpo de madeira maciça.





Mas e aí? Seria economicamente viável produzir guitarras com materiais alternativos, houve uma época que esses instrumentos eram produzidos nos USA em escala industrial, o que diluiria os custos de produção, até porque eram instrumentos de baixo custo. Outra coisa a se pensar é se um instrumento assim teria aceitação do consumidor.
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viagem_mental
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« Responder #67 : 24 de Maio de 2017, as 09:25:53 »

Tinha a guitarra de acrílico também. Eu gosto do timbre. Segue um vídeo de 1972:
https://www.youtube.com/watch?v=lY5SpyIhC6g
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« Responder #68 : 24 de Maio de 2017, as 11:16:48 »


Há guitarras feitas de fibra de vidro como as Res-o-glass usadas por Jack White, não sei se são boas ou ruins, soam bem nas músicas do White Stripes, ainda assim há um belo bloco de madeira no meio do corpo que atuaria como um corpo de madeira maciça.


Esse tipo de guitarra ainda é produzida, em forma de kits:
http://www.guitarkitsusa.com/

Tem até uma área falando a história desse tipo de instrumento.

Tinha a guitarra de acrílico também. Eu gosto do timbre. Segue um vídeo de 1972:
https://www.youtube.com/watch?v=lY5SpyIhC6g

Essas também ainda são produzidas, aqui no Brasil você acha feitas pela marca Art Pro, em vários modelos.
« Última modificação: 24 de Maio de 2017, as 11:18:47 por blackcorvo » Registrado

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felix
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« Responder #69 : 24 de Maio de 2017, as 13:49:46 »

O pior, é que normalmente pela baixa produção, os valores das guitarras de material alternativo são altos

Eu acho que as guitarras de acrílico e placas de aglomerados tem uma vida útil bem menor que as de madeira integral, porque esses materiais costumam a se degradar com o tempo se não forem muito bem tratados.
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« Responder #70 : 06 de Novembro de 2017, as 20:02:47 »

Olá. Desculpe estar desenterrando esse tópico. mas acho que a informação abaixo pode ser um pouco útil, apesar do assunto ser bastante polêmico.

Ao meu entender, e ao entender de vários Luthiers aqui do RJ, no qual questionei sobre isso, a madeira não possui uma influência expressiva.

a captação, obviamente, é a principal forma de reprodução sonora.

"ah. mas quando toca desplugado, sai som. quando coloco o ouvido na madeira, sai som"
Não confundam o som da madeira vibrando, com o som que o captador, emite.

em resumo, a ordem de importância, seria, mais ou menos, isso:

1) captação
2) fiação e dispositivos
3) cabo
4) amplificador
5) mão do músico
6) madeira

Uma tosca forma de exemplificar, podemos dizer que o nadador profissional, que raspou todos os pelos do corpo, fez com que ele ganhasse a medalha de ouro.

oras. Sabemos que não foi exatamente isso. Ele ganhou porque ele é bom. e a ausência de pelos no corpo, pode ter ajudado ele em alguns milésimos de segundo. Nada tão expressivo. nada que realmente venha a fazer uma diferença absurda (talvez no caso dele sim, pois qualquer milésimo de segundo, conta)

Enfim. Isso é um assunto que pode virar motivo de várias cervejas e muito bate papo, mas infelizmente esse paradigma está se dissipando, depois que a Fender fez a guitarra de papelão.
Agora a galera vai acreditar, pois foi a Fender que fez......
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André Lima
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« Responder #71 : 06 de Novembro de 2017, as 23:57:10 »

Discordo, pois já coloquei captadores de ponta tipo Dimarzio e Seymour Duncan em guitarras baratas e o som praticamente não melhorou nada ou quase nada. Agora quando colocados em guitarras melhores com madeiras e ferragens de boa qualidade o som melhorou em até uns 15% em relação aos captadores stock.
Por isso, captadores são só um elo da equação.
Esse negócio de dizer que captadores são a parte mais importante é pura balela.
« Última modificação: 06 de Novembro de 2017, as 23:58:57 por Ramsay » Registrado
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« Responder #72 : 07 de Novembro de 2017, as 01:28:23 »

em resumo, a ordem de importância, seria, mais ou menos, isso:

1) captação
2) fiação e dispositivos
3) cabo
4) amplificador
5) mão do músico
6) madeira

Cade as ferragens nessa lista? A influência é enorme...
Ou estariam incluídos nos "dispositivos"?
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« Responder #73 : 07 de Novembro de 2017, as 04:03:55 »

Tenho 2 baixos modelo jazz Bass:
1- corpo de mogno, braço de marfim e escala de pau-ferro;
2- corpo em ash, braço e escala em hard maple.

Ambos possuem as mesmas medidas e às ferragens muito semelhantes. Tenho um par de captadores fender custom shop vintage 62, que pertenciam ao baixo número 1. Retirei a eletrônica inteira e as cordas do baixo 1 e coloquei no baixo 2. A diferença foi muito perceptível para mim e outros 3 amigos. Ficou melhor, na minha opinião, tanto que assim deixei até hoje.
« Última modificação: 07 de Novembro de 2017, as 04:08:32 por jplavareda » Registrado

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« Responder #74 : 07 de Novembro de 2017, as 04:22:28 »

Madeira em instrumentos musicais de corda faz e sempre fará muita diferença sonora!! IMHO
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